Economia

Tarifas de portos e aeroportos são maior entrave à exportação, diz CNI

Assunto foi considerado como muito importante ou crítico por 51,8% de 589 empresas exportadoras consultadas entre outubro de 2017 e março deste ano

CNI: tarifas de portos e aeroportos elevadas são o maior entrave para exportação no Brasil (Janaína Ribeiro/Exame)

CNI: tarifas de portos e aeroportos elevadas são o maior entrave para exportação no Brasil (Janaína Ribeiro/Exame)

R

Reuters

Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 11h26.

São Paulo - Tarifas de portos e aeroportos elevadas são o maior entrave para exportação no Brasil, segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) e divulgada nesta segunda-feira.

O assunto foi considerado como muito importante ou crítico por 51,8 por cento de 589 empresas exportadoras consultadas entre outubro de 2017 e março deste ano. Outros itens apontados dentre os mais relevantes são a dificuldade de oferecer preços competitivos, taxas elevadas cobradas por órgãos públicos e altos custos do transporte doméstico (da empresa até o ponto de despacho das mercadorias).

A baixa efetividade do governo para superar entraves internos à exportação e o alto custo do transporte internacional também aparecem entre os principais problemas. O excesso de leis, normas e regulamentos, muitas conflituosas, além das múltiplas interpretações de requisitos legais pelos agentes públicos também apareceram entre as primeiras do ranking.

"Uma vez que o câmbio está mais favorável às exportações, os problemas estruturais, de produtividade e de inovação se tornam mais visíveis", disse o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi.

Segundo ele, o estudo mostra que o governo não tem sido capaz de fazer uma regulação adequada às normas internacionais. A própria CNI questiona a legalidade de sete taxas cobradas em operações de comércio exterior. Na maioria dos casos, não há um teto para a cobrança dessas taxas, o que significa um conflito com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Regionalmente, o custo do transporte doméstico foi apontado como o item mais crítico por empresas do Centro-Oeste, um dos polos da produção agroindustrial do país.

No Nordeste, o custo do transporte também foi o entrave considerado mais crítico. No Norte, a principal reclamação foi a baixa oferta de financiamento para atividades de exportação, além da falta de terminais intermodais. No Sudeste e no Sul, as elevadas tarifas de portos e aeroportos são o problema mais grave. Juntas, as duas regiões abrigam 91 por cento dos exportadores.

Aproximadamente um terço dos exportadores tem faturamento anual bruto de até 10 milhões de reais e outros 36 por cento faturam anualmente de 10 milhões a 50 milhões de reais.

Na edição anterior da pesquisa, em 2016, o custo do transporte tinha sido apontado como obstáculo mais crítico, seguido pelas tarifas de portos e aeroportos e pela baixa eficiência governamental para superar barreiras às exportações.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraExportaçõesTarifas

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor