O Iata usou um preço médio de 96 dólares o barril para o petróleo tipo Brent quando calculou sua previsão, mas o preço médio anual até o momento já passa de 110 dólares o barril
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2011 às 18h16.
Cingapura - Passageiros estão se deparando com tarifas mais altas, já que as companhias aéreas tentam repassar um incremento estimado em 50 bilhões de dólares no preço dos combustíveis este ano, afirmou um órgão líder do setor na Ásia nesta sexta-feira.
Andrew Herdman, diretor-geral da Associação de Companhias Aéreas da Ásia-Pacífico, disse que as tarifas terão que aumentar 10 por cento para compensar os altos preços do petróleo, mas analistas questionaram se as companhias conseguirão repassar os custos por completo.
Seus comentários antecipam o encontro anual da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata), no qual companhias aéreas globais devem cortar suas previsões de lucro.
"No ano passado, quase nos acostumamos ao preço (do petróleo) a 80 dólares o barril e tivemos um ótimo ano. Mas com os preços a 100 dólares ou mais, o desafio agora é como repassar o alto custo", disse Herdman em uma entrevista.
"No momento, o setor está basicamente lidando com um aumento de custo anualizado de 50 bilhões de dólares e isso deve elevar as tarifas. Quando as receitas estão (ao redor) de 500 bilhões de dólares, as taxas têm que aumentar em 10 por cento", acrescentou.
Em 2010, o setor se recuperou da recessão mais rápido que o esperado, reportando lucro recorde de 16 bilhões de dólares graças ao crescimento da demanda e a estratégias para aumentar a capacidade de passageiros. Mas o Iata afirmou que sua recente previsão de lucro de 8,6 bilhões de dólares em 2011 agora parece otimista e pode ser reduzida na segunda-feira.
O Iata usou um preço médio de 96 dólares o barril para o petróleo tipo Brent quando calculou sua previsão, mas o preço médio anual até o momento já passa de 110 dólares o barril.
Herdman disse que um preço médio de 120 dólares para o barril pode resultar em perdas anuais para o setor, porque opera em margens razoavelmente apertadas.
No pico da recessão global em 2009, o setor reportou uma perda anual de quase 10 bilhões de dólares, forçando as companhias aéreas a reduzir sua capacidade ao tirar aeronaves de circulação e reduzir sua ocupação.