Antonio Patriota: segundo Patriota, a expectativa do governo da presidente Dilma Rousseff é que o Paraguai retome o processo considerado democrático (Evaristo Sa/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2012 às 12h41.
Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, descartou hoje (5) ameaças às operações econômicas e comerciais feitas pelo Paraguai com o Mercosul devido à suspensão do país do bloco. O chanceler disse também que a medida não prejudica a população paraguaia. Patriota reiterou que a decisão foi motivada pela forma como o então presidente paraguaio Fernando Lugo foi destituído do poder, em 22 de junho, por meio de um impeachment.
“A decisão de suspensão não afeta os interesses do povo paraguaio nem os benefícios do Paraguai, como parceiro e beneficiário do Mercosul”, disse Patriota, que participa de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara. “A amizade que o Brasil tem com o Paraguai não se vê abatida.”
O chanceler acrescentou que o país ainda é uma das prioridades da política externa do Brasil. “O Paraguai continuará a ser um vizinho e um parceiro [de destaque]. A centralidade do Paraguai não precisa ser sublinhada”, disse. “Todas as decisões foram alcançadas com consenso, não houve vozes que se opusessem. [O presidente Lugo foi destituído] sem direito a legítima defesa, em um rito sumaríssimo. Não houve voz que se distanciasse dessa avaliação.”
Segundo Patriota, a expectativa do governo da presidente Dilma Rousseff é que o Paraguai retome o processo considerado democrático. “O nosso desejo é que essa situação dure o mais breve possível. Em favor da prosperidade, democracia e democracia com distribuição de renda e justiça social”, ressaltou.
Em junho, os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina) e José Pepe Mujica (Uruguai) disseram que Lugo não teve tempo o suficiente para se defender durante o processo de impeachment, que durou menos de 24 horas. Os governos do Brasil, da Argentina e do Uruguai decidiram ainda pela suspensão temporária do Paraguai do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Até 21 de abril de 2013, quando estão marcadas as eleições presidenciais no Paraguai, o país ficará suspenso do Mercosul e da Unasul. Na avaliação dos líderes, a suspensão é uma punição pelo rompimento da ordem democrática. As autoridades paraguaias, entretanto, negam irregularidades.