Notas de Real: o especialista afirma que a desaceleração do IPCA em janeiro foi causada por fatores pontuais e não por quadro generalizado (Dado Galdieri)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 10h15.
São Paulo - O economista-chefe do banco Besi Brasil, Flávio Serrano, disse que o resultado de 0,55% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em janeiro, abaixo do piso das estimativas do mercado, é uma surpresa positiva, mas não muda a análise do cenário inflacionário.
"O quadro ainda preocupa, principalmente por causa do índice de difusão, que continua alto, mostrando que o processo inflacionário é disperso. Há muitos produtos subindo", afirmou.
Segundo ele, a desaceleração do IPCA em janeiro (em dezembro havia ficado em 0,92%) foi causada por fatores pontuais e não por uma queda generalizada de produtos e serviços.
Serrano citou a contribuição da gasolina, que diminuiu a alta de 4,04% no último mês de 2013 para 0,60% em janeiro, e de passagens aéreas, que recuaram 15,88% em janeiro. "Os serviços subiram somente 0,47%, mas, não fosse o item passagens aéreas, a pressão teria sido muito maior."
Apesar do quadro ainda cauteloso, Serrano acredita que o dado de hoje do IPCA reforça a percepção de que o ciclo de aperto monetário está perto do fim. "Ainda esperamos um avanço de 0,25 ponto porcentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária. Se não for a última alta, será a penúltima. Não passará disso."