Compras de Natal: no ano passado, as vendas em dezembro cresceram 2,94% ante dezembro de 2013 e mesmo assim frustraram as estimativas (Noel Hendrickson/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2015 às 13h20.
São Paulo - A perspectiva de empresários do setor de supermercados é de vendas fracas no Natal deste ano, praticamente estáveis ante o ano passado.
Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) com supermercadistas concluiu que a projeção é de crescimento real de 0,4% ante o mesmo período de 2014. No ano passado, as vendas em dezembro cresceram 2,94% ante dezembro de 2013 e mesmo assim frustraram as estimativas. Na época, os empresários esperavam alta real de 7,2% no Natal.
A expectativa mais fraca está se refletindo na composição dos estoques nos varejistas. De acordo com a Abras, a maioria dos empresários do setor tem visto estabilidade nas compras junto a fornecedores para os estoques de Natal.
Nas 59 empresas participantes da pesquisa, 50% disseram que estão comprando a mesma quantidade que no ano passado, enquanto 33,9% afirmaram que estão comprando menos.
A contratação de mão de obra temporária para o período de festas também deve diminuir. O levantamento aponta que este ano 25,4% dos empresários afirmam que pretendem contratar funcionários temporários para o final do ano. Em 2014, essa parcela era de 37,1%. A maior demanda é para empacotadores, repositores e operadores de caixa.
"Levando-se em conta o momento difícil da economia brasileira, esperar um Natal estável, como demonstrado pela nossa pesquisa, é ser otimista", disse em nota o presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda.
Preços
A variação de preços no ano deve afetar as compras de Natal. A Abras aponta que, entre itens típicos da época, vinhos importados e outros importados em geral tiveram aumentos de preços significativos na comparação com o mesmo período do ano passado. Os vinhos subiram 24,3% e os outros importados, 21,3%.
Com isso, espera-se queda real nas vendas desses itens. No caso dos vinhos importados, a queda real deve ser de 13% apesar de uma variação nominal positiva de 8,1%. Nas outras linhas de importados, o recuo esperado é de 14,8% em termos reais, com ganho nominal de 3,3%.
Outros itens impactados pela variação de preços são as frutas secas. A alta de preços delas chegou a 13,2% na comparação anual e, com isso, as vendas reais devem subir apenas 3,4% neste Natal, segundo a pesquisa. Para os panetones, a alta de preço foi de 9,1% e a expectativa é de aumento de 6% nas vendas reais.
Os supermercadistas apostam no crescimento de alguns itens que não são exclusivamente natalinos. A projeção é de alta real de 4,2% nas vendas de cerveja e de 3,2% em refrigerantes. O frango congelado e o pernil aparecem como opção de carne, com projeção de aumento real de 0,3% nas vendas, enquanto a expectativa é de queda de 5,1% nas vendas de bacalhau.
Confiança
A confiança dos empresários do setor de supermercados caiu em outubro após uma leve recuperação em agosto, segundo levantamento da Abras em parceria com a GfK. O indicador permanece desde fevereiro em território negativo, indicando que a perspectiva é pouco otimista.
Em outubro, o Índice de Confiança do Supermercadista, que é apurado a cada dois meses, registrou 46,6 pontos numa escala que vai de 0 a 100. Houve queda de 2,2 pontos na comparação com o índice de agosto, o qual havia sido o mais elevado da série iniciada em fevereiro. Indicadores abaixo de 50 indicam um patamar de confiança baixa.