Economia

Supermercados argentinos congelam preços após censura do FMI

"Todos os preços de todos os produtos de todas as redes de supermercados estão congelados por 60 dias", disse a secretaria de Comércio


	Supermercado em Buenos Aires: inflação na Argentina foi de 10,8% em 2012, apesar das estimativas de consultorias privadas apontarem um índice de 25,6%
 (AFP/ Fabian Gredillas)

Supermercado em Buenos Aires: inflação na Argentina foi de 10,8% em 2012, apesar das estimativas de consultorias privadas apontarem um índice de 25,6% (AFP/ Fabian Gredillas)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2013 às 19h26.

Buenos Aires - As redes de supermercados da Argentina se comprometeram a manter os preços de seus produtos inalterados por 60 dias, informou a secretaria de Comércio Interior nesta segunda-feira, três dias depois de o FMI censurar Buenos Aires por suas questionadas estatísticas de inflação.

"Todos os preços de todos os produtos de todas as redes de supermercados estão congelados por 60 dias", disse a secretaria de Comércio.

O acordo do governo de Cristina Kirchner com a Associação Supermercados Unidos, que reúne as empresas do setor, inclui as grandes cadeias como a francesa Carrefour e a norte-americana Wal Mart, e se estenderá, até o próximo dia 1º de abril.

Segundo as estatísticas oficiais, a inflação na Argentina foi de 10,8% em 2012, apesar das estimativas de consultorias privadas apontarem um índice de 25,6% para o ano passado.

Os consumidores se queixam dos aumentos constantes de preços nas compras de produtos de primeira necessidade.

Pela primeira vez em sua história, o Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu na sexta-feira uma moção de censura contra Argentina por seu questionado índice de inflação e deu um prazo ao governo de Kirchner para reformar suas estatísticas antes de 29 de setembro.


Um dia depois, o governo argentino anunciou que, no quarto trimestre deste ano começará a aplicar um novo sistema de medição de inflação, apesar de voltar a criticar a decisão do Fundo.

O ministro da Economia, Hernán Lorenzino, disse nesta segunda-feira que o voto de censura do FMI constitui "uma forma de marcar os que fazem coisas diferentes".

"As recomendações e programas que o FMI sugere vão em direção absolutamente contrária que a Argentina vem levando adiante", afirmou em declarações à Rádio Nacional.

A Argentina saldou em 2005 sua dívida com o FMI por 9,5 bilhões de dólares e, desde então, não aceita a supervisão de suas contas por parte do organismo.

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