Exportação de commodities, como a soja, preocupa vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (.)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2010 às 16h16.
Brasília - O saldo da balança comercial no primeiro semestre deste ano (superávit de US$ 7,887 bilhões) decepcionou o mercado. "Não é por menos, é o pior resultado desde 2002", afirmou o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
Apesar de a corrente de comércio (soma das exportações com as importações) ter registrado, no acumulado de janeiro a junho, aumento de 35,3% em relação ao mesmo período do ano passado, as importações têm apresentado crescimento mais forte do que as exportações, o que justifica a queda no saldo. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), nesta quinta-feira (1).
Castro alerta para o risco que o Brasil corre ao concentrar suas exportações em commodities. "Elas têm sustentado e mascarado o problema, mas exportar commodities não é mérito do Brasil. Nosso país está na mão do mercado global", avisa.
Segundo ele, o governo brasileiro não tem margem de manobra para fazer as exportações de manufaturados crescerem. "O que resolveria de fato o problema seria uma reforma tributária", defende. "A curto prazo, o que se pode fazer é regular a taxa de câmbio e torná-la mais atrativa", sugere. Castro explica que a taxa cambial do Brasil é muito elevada e os produtos manufaturados brasileiros ficam com preços não competitivos no exterior.