Economia

Superávit em transações correntes é de US$868 mi em março

Resultado nas transações correntes foi seguido pelo forte recuo no déficit em renda primária, com diminuição de 61,9% sobre março do ano passado

Economia: última vez que Brasil havia registrado superávit nas transações correntes foi em 2017 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Economia: última vez que Brasil havia registrado superávit nas transações correntes foi em 2017 (Ueslei Marcelino/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 24 de abril de 2020 às 15h57.

O Brasil teve superávit em transações correntes de 868 milhões de dólares em março, primeiro dado no azul em quase três anos, na esteira de menor envio de lucros e dividendos para o exterior num mês já marcado por desdobramentos econômicos ligados à pandemia de coronavírus, divulgou o Banco Central nesta sexta-feira.

A última vez que o país havia registrado superávit nas transações correntes foi em junho de 2017, quando somou 431 milhões de dólares. O dado também contrastou com expectativa divulgada pelo BC de que haveria déficit de 1 bilhão de dólares em março.

Já os investimentos diretos no país (IDP) alcançaram 7,621 bilhões de dólares no mês, aumento sobre os 4,777 bilhões de dólares registrados em igual período de 2019.

O resultado nas transações correntes foi guiado principalmente pelo forte recuo no déficit em renda primária, com diminuição de 61,9% sobre março do ano passado, a 1,637 bilhão de dólares.

Isso porque a remessa de lucros e dividendos para fora somou apenas 809 milhões de dólares, queda de 72,8% sobre um ano antes, em meio a um câmbio mais depreciado. Já os gastos líquidos com juros caíram 37,3% na mesma base, a 837 milhões de dólares.

Contribuindo para o resultado positivo nas transações correntes, a balança comercial veio mais forte que em março do ano passado, com superávit de 4,189 bilhões de dólares, frente a 3,829 bilhões de dólares antes.

O déficit na conta de serviços também sofreu contração de 24,2%, a 1,779 bilhão de dólares. Essa conta abarca a diminuição de gastos líquidos com viagens no exterior, que somaram apenas 227 milhões de dólares, num ambiente de dólar expressivamente mais alto e limitações a deslocamentos pelo mundo. Em março do ano passado, os gastos haviam sido de 760 milhões de dólares.

Em nota, o BC reconheceu que os impactos do surto de Covid-19 e das medidas de contenção reduziram o fluxo de viajantes.

No primeiro trimestre, o déficit em transações correntes chegou a 15,242 bilhões de dólares, coberto por um IDP de 19,235 bilhões de dólares.

Para abril, a expectativa do BC é de um superávit de 2 bilhões de dólares nas transações correntes e um IDP de 1,5 bilhão de dólares, sendo que até o dia 22 deste mês, os ingressos em investimentos diretos somaram 1,053 bilhão de dólares.

O BC prevê que o déficit em transações correntes irá melhorar a 41 bilhões de dólares neste ano, principalmente pela diminuição no déficit na renda primária. Em 2019, o rombo foi de 49,452 bilhões de dólares.

Quanto ao IDP, a expectativa é de 60 bilhões de dólares neste ano, contra 78,559 bilhões de dólares no ano passado, conforme cálculos divulgados no fim de março.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBrasileconomia-brasileira

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação