Economia

Superávit de abril era esperado, diz BC; período é sazonalmente favorável

Superavit de US$ 620 mi ocorre em um período no qual, sazonalmente, os resultados da balança de pagamentos são mais favoráveis

Balança comercial: para maio, o BC espera um novo superávit nas transações correntes, de US$ 2,5 bilhões (Luciano Marques/Thinkstock)

Balança comercial: para maio, o BC espera um novo superávit nas transações correntes, de US$ 2,5 bilhões (Luciano Marques/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de maio de 2018 às 15h50.

Brasília - O Chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, disse nesta quinta-feira, 24, que o superávit de US$ 620 milhões nas transações correntes de abril era esperado pelo BC e ocorre em um período no qual, sazonalmente, os resultados da balança de pagamentos são mais favoráveis.

"Em 2007 foi o último ano em que houve superávit no acumulado do ano, e o déficit de US$ 2,604 até abril é o melhor resultado para o primeiro quadrimestre do ano desde 2007", acrescentou.

Para maio, o BC espera um novo superávit nas transações correntes, de US$ 2,5 bilhões. Em maio do ano passado, houve um saldo positivo de US$ 2,75 bilhões.

"É um valor aproximadamente igual ao de maio do ano passado. Com isso, o saldo de transações correntes em 12 meses deve ficar em cerca de US$ 9,1 bilhões em maio", completou.

Rocha destacou que os Investimentos Diretos no País (IDP) de US$ 2,618 bilhões em abril vieram um pouco abaixo do que o BC esperava (US$ 3 bilhões). "Os resultados do IDP têm apresentado redução nos últimos meses", afirmou.

Até o dia 22 de maio, o ingresso de IDP no mês estava em US$ 1,5 bilhão. "Projetamos para o mês a entrada de US$ 3 bilhões em IDP. Em maio do ano passado, esse ingresso foi de US$ 2,9 bilhões", apontou.

Lucros e dividendos

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central destacou que as remessas com lucros e dividendos aumentaram em abril, chegando a US$ 1,194 bilhão, ante US$ 944 milhões de abril de 2017.

"O País saiu da recessão e as empresas voltaram a lucrar, como era esperado", afirmou. Até o dia 22 de maio, as remessas de lucros e dividendos somavam US$ 913 milhões.

Já a despesa líquida de juros era de US$ 533 bilhões até o dia 22 deste mês.

Rocha apontou ainda que o aumento das taxas de juros internacionais ocasionou uma alta na renda das reservas internacionais para US$ 486 milhões em abril, ante US$ 300 milhões em abril do ano passado.

Viagens

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central destacou que o déficit de US$ 1,040 bilhão na conta de viagens em abril, superior ao saldo negativo de US$ 908 milhões do mesmo mês do ano passado. Ele lembrou que o real agora está mais desvalorizado em relação ao dólar do que estava no mesmo período de 2017.

"As despesas com viagens permanecem com trajetória de crescimento em maio", disse Rocha. Até o dia 22, o déficit na conta de viagens no mês estava em US$ 867 milhões, com receitas de US$ 303 milhões e despesas de US$ 1,170 bilhão.

Segundo ele, entretanto, como os gastos com moeda estrangeira estão mais caros, o ritmo de crescimento dessas despesas deve cair nos próximos meses. Em maio de 2017, o câmbio médio estava de R$ 3,21.

Já em maio deste ano, está em R$ 3,61. "O impacto do câmbio sobre as viagens não ocorre exatamente no momento em que há a valorização do dólar. O efeito do câmbio sobre conta de viagens vai sendo sentido ao longo do mês", explicou.

Rocha também destacou o desempenho da balança comercial brasileira e apontou que em abril as importações cresceram mais do que as exportações. "O crescimento de importações é indicador de crescimento da atividade econômica", avaliou.

Acompanhe tudo sobre:Balança comercialBanco CentralExportaçõesImportaçõesSuperávit

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo