SulAmérica: a perspectiva da SulAmérica é de que os índices de emprego comecem a melhorar a partir do fim da primeira metade de 2017 (foto/Divulgação)
Reuters
Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 18h13.
Última atualização em 2 de dezembro de 2016 às 17h07.
São Paulo - O próximo ano deve ser difícil para o ramo segurador no Brasil, com aumento dos sinistros, pálido crescimento da economia e menores receitas financeiras, disse o presidente-executivo da SulAmérica, Gabriel Portella, nesta quinta-feira.
"Vai ser um ano difícil, com desafios diferentes para alcançar o equilíbrio", disse o executivo em encontro com jornalistas.
Embora siga crente de que o país em 2017 sairá da recessão após dois anos, a SulAmérica, maior seguradora independente do país, reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país para o período, de cerca de 1 para 0,7 por cento.
Isso deve impactar a velocidade de vendas de produtos ligados a emprego e renda, como seguros massificados e de saúde, disseram executivo da seguradora no encontro.
A perspectiva da SulAmérica é de que os índices de emprego comecem a melhorar a partir do fim da primeira metade de 2017.
Segundo Portella, a SulAmérica conseguiu proteger sua base de beneficiários de seguro saúde, que era de 2,1 milhões no fim de setembro, mesmo com queda no setor neste ano.
Em planos odontológicos, a empresa teve um aumento de cerca de 20 por cento dos beneficiários em 12 meses até setembro.
No caso do seguro automotivo, a previsão de executivos da SulAmérica é que o recente de aumento dos preços das apólices tenda a se prolongar no próximo ano, à medida que as seguradoras têm reagido à alta dos níveis de sinistros e à inflação elevada.
Além disso, a perspectiva é de queda das receitas financeiras do setor, acompanhando a tendência de declínio da Selic, que referencia boa parte da rentabilidade dos títulos nos quais as seguradoras investem recursos.
Na véspera, o Banco Central cortou a taxa básica pela segunda vez seguida, a 13,75 por cento ao ano.
A perspectiva da SulAmérica é de que a taxa caia para cerca de 11 por cento ao ano no final de 2017.
Mas o grupo prevê cenário relativamente positivo para investimentos.
Além da queda da Selic, a expectativa de melhora das perspectivas de crescimento da economia do país nos próximos anos deve abrir espaço para expansão dos mercados de capitais e de crédito em 2017, que oferecem retornos melhores, disse Marcelo Mello, vice-presidente de investimentos da SulAmérica, que tinha 32,2 bilhões de reais sob gestão em setembro.