União Europeia quer aumentar sua presença em mercados emergentes, como o do Brasil, para amenizar os efeitos da crise (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2012 às 05h12.
São Paulo – No primeiro dia de 2012 a Dinamarca assumiu a presidência temporária da União Europeia com a explícita missão de ajudar o bloco a manter sua relevância no cenário econômico internacional. E os europeus já deixaram claro que o segredo do sucesso desta empreitada tem quatro letras: BRIC.
Brasil, Rússia, Índia e China figuram entre os 10 principais parceiros comerciais da zona do euro. Os dados mais atuais do Banco Central Europeu (BCE) mostram que, juntos, eles consumiram praticamente um a cada quatro produtos exportados pela União Europeia em 2010.
O resultado superou o desempenho do principal parceiro comercial do bloco, os Estados Unidos, que foram destino de 18% das exportações do bloco naquele ano.
Os números do comércio entre a zona do euro e o Brasil nos últimos anos exemplificam a crescente importância dos emergentes. Segundo estatísticas do BCE, em 2005, o país já era o 17º maior parceiro comercial de exportações da zona do euro.
Cinco anos depois, o Brasil pulou para a nona posição, e foi responsável por injetar 39,1 bilhões de dólares na economia europeia. Em 2011, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), esta cifra subiu para 42,4 bilhões de dólares.
Ao assumir o comando da União Europeia, a ministra do Comércio e Investimentos da Dinamarca, Pia Olsen Dyhr, declarou à imprensa internacional que sua prioridade é ampliar o acesso do bloco aos mercados de Brasil, Rússia, Índia e China.
Aumentar as exportações para os países do BRIC, com seus mercados consumidores em crescimento contínuo, é um dos principais recursos que o bloco econômico tem para atenuar os efeitos da recessão esperada em 2012.
Principais destinos das exportações da UE em 2010
País | % do total de exportações da UE |
---|---|
Estados Unidos | 18,0% |
China | 8,4% |
Suíça | 7,8% |
Rússia | 6,4% |
Turquia | 4,5% |
Japão | 3,2% |
Noruega | 3,1% |
Índia | 2,6% |
Brasil | 2,3% |
Coreia do Sul | 2,1% |
Fonte: Banco Central Europeu