Economia

FHC não descarta crescimento de 3% em 2004

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta quinta-feira (4/3) em São Paulo "não ser uma hipótese desarrazoada" que a economia brasileira cresça 3% em 2004, sobretudo porque o motor exportador continua ativo. Embora a baixa taxa de investimento um fator-chave, segundo FHC deva causar preocupação, a hipótese de crescimento é reforçada pela existência de capacidade […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h04.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta quinta-feira (4/3) em São Paulo "não ser uma hipótese desarrazoada" que a economia brasileira cresça 3% em 2004, sobretudo porque o motor exportador continua ativo.

Embora a baixa taxa de investimento um fator-chave, segundo FHC deva causar preocupação, a hipótese de crescimento é reforçada pela existência de capacidade ociosa na indústria, de crédito ao consumidor e pela expectativa de queda da taxa de juros. "Mas qualquer aposta sobre o que possa ocorrer em 2004 é aleatória", disse o ex-presidente durante palestra a cerca de 100 empresários em evento promovido pelo instituto AC Nielsen. "Num mundo globalizado, as economias são interdependentes e tudo depende de condições que não são definidas no âmbito local."

No que diz respeito ao setor interno, FHC afirmou que o atual governo deverá ser submetido a forte pressão neste ano em razão das eleições municipais e do crescente discurso contra o desemprego. Isso, afirma o ex-presidente, não é uma exclusividade brasileira.

Antes de iniciar a palestra, FHC assistiu à apresentação de um estudo da AC Nielsen e foi confrontado com alguns indicadores desfavoráveis surgidos durante seu governo, como a perda do poder aquisitivo na segunda fase do Plano Real, que resultou num crescimento mais discreto do mercado consumidor. "Fico até surpreso de ver por esses dados que o consumo continuou crescendo", afirmou FHC. Ele citou as complicações causadas pelo tumultuado período a partir de 1999: as dificuldades econômicas da Argentina, a crise de energia, o atentado contra o World Trade Center e, depois, a desconfiança externa no período de campanha eleitoral.

De acordo com FHC, os momentos de bonança ocorrem quando há convergência entre ambiente externo e interno favorável. "Nos momentos de agruras, o importante não é o crescimento espetacular, mas não desfazer o que foi conquistado", afirmou. Hoje o maior risco enfrentado pelos países emergentes, diz ele, é não ter capacidade de aproveitar as oportunidades externas que se apresentam numa conjuntura internacional positiva.

FHC revelou também preocupação com acordos internacionais como a Alca, que, na sua opinião, não vêm sendo tratados com realismo no Brasil. Sem referir-se explicitamente ao governo petista, FHC disse que o risco, em países latino-americanos como o Brasil não é a volta do populismo, até porque a crise fiscal não permitiria. "Mas existe certa propensão ao devaneio que conduz à irrelevância", afirmou. "Ou nos preparamos como nação para sermos capazes [de participar do jogo mundial] ou vamos ter ilusão de que existe uma solução mágica."

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

BNDES firma acordo de R$ 1,2 bilhão com a Agência Francesa para projetos no Brasil

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito