Economia

S&P mantém rating do Brasil e adota perspectiva negativa

A agência explicou que a medida significa que há pelo menos uma chance em três de que o rating do país possa ser reduzido num prazo de 6 a 9 meses

S&P: a S&P afirmou que a nota atribuída ao país pode se estabilizar (Stan Honda/AFP)

S&P: a S&P afirmou que a nota atribuída ao país pode se estabilizar (Stan Honda/AFP)

R

Reuters

Publicado em 15 de agosto de 2017 às 20h56.

Última atualização em 15 de agosto de 2017 às 21h34.

São Paulo - A agência de classificação de risco Standard & Poor's manteve o rating soberano brasileiro em BB, citando um cenário mais estável desde as denúncias de maio contra o presidente Michel Temer, mesmo após o governo ter elevado as metas de déficits fiscais para 2017 e 2018 nesta terça-feira.

A S&P retirou a observação negativa sobre o rating e passou a ter uma perspectiva negativa. Na prática, isso significa que a agência tirou do radar a possibilidade de um corte da nota do país sem um aviso prévio.

Com a perspectiva negativa, o risco de redução do rating é de pelo menos uma chance em três nos próximos seis a nove meses, explicou a S&P. Mas a perspectiva também pode se estabilizar.

"Desde que colocamos nossa classificação do Brasil em observação negativa, em maio, o cenário político está um pouco mais estável, uma vez que o presidente Temer sobreviveu a uma votação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em junho e no Congresso em agosto, relacionado a corrupção", afirmou a S&P.

A agência afirmou ainda que a economia brasileira parece ter se estabilizado, e citou que o Congresso aprovou a reforma trabalhista em julho, além do governo seguir empenhado em fazer avançar a reforma da Previdência e levar adiante uma agenda microeconômica.

"A perspectiva negativa, no entanto, reflete desafios políticos e o risco de um corte nos próximos seis a nove meses se o Congresso não conseguir aprovar leis que reduzam a rigidez fiscal do Brasil, que dificultam a redução do déficit e a moderação sustentada do crescimento das despesas", disse a S&P.

Acompanhe tudo sobre:Brasileconomia-brasileiraMetasStandard & Poor's

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor