Economia

SP é a região que paga menos a trabalhadores negros

Aqui, a mulher negra chega a ganhar 47,8% do rendimento do homem não negro por hora


	Carteira de Trabalho em uma fila para candidatos de emprego: os melhores cenários para mulheres negras na questão dos rendimentos médios por hora são os de Fortaleza e Porto Alegre
 (Marcello Casal Jr/ABr)

Carteira de Trabalho em uma fila para candidatos de emprego: os melhores cenários para mulheres negras na questão dos rendimentos médios por hora são os de Fortaleza e Porto Alegre (Marcello Casal Jr/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2012 às 16h01.

São Paulo - São Paulo é a região metropolitana com maiores desigualdades entre os rendimentos médios por hora de homens e mulheres negros comparado com o de homens não negros. Aqui, a mulher negra chega a ganhar 47,8% do rendimento do homem não negro por hora. Salvador, Recife, Porto Alegre, Fortaleza e Belo Horizonte, apesar de apresentarem diferenças significativas nesta relação, pagam às mulheres negras ao menos mais de 50% dos rendimentos do homem não negro.

No Distrito Federal, a proporção também é abaixo da metade (49,5%). Os dados são resultado de levantamento da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre as regiões metropolitanas, com base na pesquisa de emprego e desemprego (PED) de 2011.

Dentre as demais regiões analisadas, os melhores cenários para mulheres negras na questão dos rendimentos médios por hora são os de Fortaleza e Porto Alegre, onde a proporção é de 58,6% e 58,3%, respectivamente. A proporção dos rendimentos médios por hora das mulheres negras ocupadas em relação aos rendimentos médios reais por hora dos homens não negros em Salvador é de 51%, em Recife, de 51,6%, e em Belo Horizonte, de 51,2%.

Na comparação entre rendimentos médios por hora de homens negros comparados a homens não negros, o pior cenário também é o de São Paulo, onde a proporção é de 60,1%. Na sequência, vêm as regiões metropolitanas de Salvador (60,3%), Distrito Federal (63,8%), Recife (64,6%), Belo Horizonte (67,4%), Porto Alegre (71,2%) e Fortaleza (72,9%).

As taxas de desemprego das mulheres negras são maiores do que as dos demais grupos. Na região metropolitana de Recife, por exemplo, a taxa de desemprego de mulheres negras chega a 18,1%, o dobro da taxa de desemprego de homens não negros (9,0%). A menor desigualdade neste quesito foi observada na região de Fortaleza, em que a taxa de mulheres negras desempregadas foi de 11% contra 7,1% para homens não negros.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasMão de obraMercado de trabalhoMetrópoles globaisrenda-pessoalsao-paulo

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto