S&P: a agência disse esperar que o BC brasileiro continue reduzindo os juros, assim como Chile e Colômbia (AFP/Stan Honda/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 20h08.
São Paulo - A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) afirmou nesta sexta-feira, 26, que a atividade econômica está melhorando nas Américas.
Em um relatório, a agência afirmou que os dados americanos continuam a apontar uma recuperação do crescimento do país e que, na América Latina, as economias do Brasil e da Argentina estão "saindo lentamente de suas respectivas recessões".
Sobre o Brasil, a S&P afirma que o Banco Central acelerou o ritmo de flexibilização monetária e reduziu a taxa básica de juros para 13% no início do mês.
A agência disse esperar que o BC brasileiro continue reduzindo os juros, assim como Chile e Colômbia.
De acordo com a agência, ao longo dos próximos meses, todos os olhos estarão voltados a anúncios do governo do novo presidente americano, Donald Trump.
"No entanto, esperamos que a atividade econômica aumente modestamente na maior parte da região nos próximos meses, após uma desaceleração no crescimento em 2016", diz a S&P.
A agência também diz esperar de dois a três aumentos das taxas de juros americanas pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), e afirmou que um aperto monetário no México também é esperado.
Em relação ao México, a S&P afirma que "a incerteza sobre o futuro do Nafta contribuiu para uma depreciação de 15% do peso mexicano desde novembro - o que, combinado com uma alta de quase 20% nos preços da gasolina doméstica, aumentou as expectativas de inflação, que passam dos 4% para 2017".
Segundo a S&P, o México é a principal exceção em sua perspectiva de crescimento neste ano, afirmando que o PIB mexicano deve desacelerar em 2017 devido às incertezas das relações comerciais com os EUA.
A agência diz, ainda, que o Canadá não deve ser tão afetado devido à recente estabilização dos preços das commodities. No relatório, a S&P também comenta sobre outros países latinos.
Segundo a agência, a demanda doméstica continua lenta no Chile e na Colômbia, "embora a desaceleração da inflação tenha encorajado os bancos centrais a começar a cortar as taxas de juros, em um esforço para estimular o crescimento econômico".
"A incerteza sobre o impacto das políticas de Trump pode gerar crises de maior volatilidade nos mercados financeiros. A renovada fraqueza dos preços das commodities, após a recuperação dos preços nos últimos meses, pode resultar em saídas de capital da América Latina", diz a S&P.