Economia

Solar, eólica e baterias formam trio imbatível contra combustíveis fósseis

Análise da Bloomberg New Energy Finance mostra que a redução dos custos das tecnologias verdes ofusca investimentos em carvão e gás

 (Sean Gallup/Getty Images)

(Sean Gallup/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 2 de abril de 2018 às 17h12.

São Paulo - Os tempos do carvão e do gás como fontes de energia atrativas para se investir, tanto pelo baixo custo quanto pela flexibilidade de responder às altas e baixas da demanda na rede, estão cada vez mais próximos do fim.

Segundo uma análise da Bloomberg New Energy Finance, o carvão e o gás enfrentam uma ameaça crescente a sua posição no mix mundial de geração de eletricidade, como resultado das "espetaculares" reduções nos custos das tecnologias de geração eólica e solar e, principalmente, com a expansão do mercado de baterias para armazenamento de energia.

Para todas as tecnologias, o relatório da BNEF analisou os custos nivelados da eletricidade (ou LCOE), que cobre todas as despesas de geração de uma planta nova, como custos de desenvolvimento de infraestrutura, licenciamento e permissões, equipamentos e obras civis, finanças, operações, manutenção e matéria-prima.

A análise destaca que as energias eólica e solar fotovoltaica vêm reduzindo sistematicamente seus custos nivelados de eletricidade e aumentando sua posição competitiva, graças à queda dos custos de capital com tecnologias mais baratas ganhos em eficiência e aumento de leilões em todo o mundo.

No primeiro semestre de 2018, por exemplo, o LCOE global de referência para a energia eólica terrestre é de US$ 55 por megawatt-hora (MWh), 18% abaixo dos primeiros seis meses do ano passado, enquanto o equivalente para a fotovoltaica solar é de US $ 70 por MWh, também 18% abaixo.

Além disso, o desenvolvimento do mercado de baterias de armazenamento tem aumentado a capacidade das fontes renováveis responderem às solicitações de rede para aumentar ou diminuir a geração de eletricidade a qualquer hora do dia, flexibilidade outrora garantida por usinas de carvão e gás.

Segundo a BNEF, as baterias independentes estão cada vez mais rentáveis ​​e começando a competir em preço com outras tecnologias. Desde 2010, os custos das baterias de íons de lítio para armazenamento caíram 79% desde 2010. Dados da consultoria indicam uma queda no preço de US$ 1.000 por kWh em 2010 para US$ 209 por kWh em 2017.

Segundo os analistas da BNEF, algumas usinas a carvão e gás existentes ainda exercerão um papel importante por muitos anos na matriz energética mundial, mas o "argumento econômico" para a construção de novas capacidades de carvão e gás está, claramente, perdendo espaço.

Acompanhe tudo sobre:BateriasEnergia elétricaEnergia eólicaEnergia renovávelEnergia solarMeio ambiente

Mais de Economia

Mesmo com alíquota de IVA reduzida, advogado pode pagar imposto maior após reforma; veja simulações

Subsídios na China fazem vendas de eletrônicos crescer até 400% no ano novo lunar

Conta de luz não deve ter taxa extra em 2025 se previsão de chuvas se confirmar, diz Aneel

Após receber notificação da AGU, TikTok remove vídeo falso de Haddad