O invetor do termo "guerra cambial", o ministro da Fazenda Guido Mantega (Marcello Casal Jr/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2010 às 10h24.
Joanesburgo - Os países emergentes já perderam a guerra cambial global e as tentativas do Brasil e outros emergentes de evitar a maior apreciação de suas moedas terão efeitos limitados, segundo o Société Générale SA, o segundo maior banco francês.
"Eles perderam a guerra antes mesmo dela começar", disse Gaelle Blanchard, estrategista de mercado emergente do Société Générale, em uma entrevista por telefone de Londres. "O dinheiro quer ir para algum lugar e as taxas estão nos mercados emergentes. Você não consegue frear esse movimento a não ser que consiga brecar também o amplo enfraquecimento do dólar."
O governo brasileiro aumentou seus esforços para conter a apreciação cambial elevando ontem a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras para investimentos estrangeiros no País, de 4 por cento para 6 por cento. Foi a segunda elevação do imposto neste mês na tentativa de proteger as exportações brasileiras daquilo que o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, qualificou no dia 27 de setembro de "guerra cambial".
Juros próximos a zero em nações industrializadas estão estimulando os investidores a tomar empréstimos mais baratos em países desenvolvidos para investir em mercados que oferecem altos rendimentos, como o Brasil, onde a taxa básica de juros é de 10,75 por cento, a mais elevada entre os países do G-20.