Homem pula da ponte Cavour, no rio Tibre, na Itália, para comemorar o ano novo (Tony Gentile / Reuters)
João Pedro Caleiro
Publicado em 26 de dezembro de 2015 às 10h25.
São Paulo - A crise financeira de 2008 teve seu epicentro no mercado imobiliário dos Estados Unidos, mas se espalhou rapidamente pelos quatro cantos do mundo.
Na Europa, a recessão conttaminou as contas do setor público e levou a uma explosão da dívida que permanece até hoje sem solução em países como a Grécia, onde a renda está em níveis dos anos 80.
Mas no grupo do G-7, que reúne as 7 maiores economias do mundo, o PIB já se recuperou para o nível pré-crise em todos, com uma exceção: a Itália.
"O PIB total da Itália será 8,2% mais baixo em 2015 em termos reais comparado com 2007. O país terá o segundo mais baixo crescimento real do PIB de todas as economias do G-7 em 2015, de apenas 0,8%", diz a consultoria Euromonitor.
O PIB real do país está no mesmo nível de 2000, ano seguinte ao lançamento do euro. Em 2015, o crescimento foi minguando a cada trimestre em relação ao anterior: 0,4% no primeiro, 0,3% no segundo e 0,2% no terceiro.
A dívida pública do país é de 133% do PIB, a maior do bloco depois da Grécia, e o desemprego chega a estonteantes 40% na faixa etária dos 15 aos 24 anos.
Matteo Renzi, que aos 40 anos é o primeiro-ministro mais jovem da história do país, trouxe uma energia nova para a política e delineou um ambicioso pacote de reformas ao mesmo tempo em que não descuidou de manter as contas em ordem.
Mas até agora, não tem sido suficiente. A Itália tem uma população muito envelhecida, sofre de problemas bem conhecidos do brasileiro, como excesso de burocracia e corrupção, e precisa aprender a inovar mais.
“Nós amamos a Itália. Eu acho que você ama a Itália, todo mundo ama a Itália. Isso é um risco para meu país", disse Renzio em setembro para o Conselho de Relações Exteriores durante visita para Nova York.