Economia

Smithfield reduz abate de suínos; JBS pode fazer o mesmo

Vírus da diarreia suína epidêmica nos EUA tem reduzido a oferta de porcos


	Suínos: abatedouro de Tar Heel, a maior unidade da empresa, reduziu a escala de abastes nesta semana para quatro dias, ante cinco
 (Denis Doyle/Getty Images)

Suínos: abatedouro de Tar Heel, a maior unidade da empresa, reduziu a escala de abastes nesta semana para quatro dias, ante cinco (Denis Doyle/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2014 às 11h02.

Chicago - A Smithfield Foods, maior empresa processadora de carne suína do mundo, suspendeu nesta sexta-feira o abate de animais em sua planta em Tar Heel, na Carolina do Norte (EUA), em função de uma epidemia no país do vírus da diarreia suína epidêmica (PEDv, na sigla em inglês) que tem reduzido a oferta de porcos, disseram fontes da indústria.

O abatedouro de Tar Heel, a maior unidade da empresa, reduziu a escala de abastes nesta semana para quatro dias, ante cinco, disseram as fontes com conhecimento da operação da unidade e da compra de suínos. As fontes pediram anonimato devido à sensibilidade da questão.

A decisão da Smithfield deve ser seguida por outras companhias nas próximas semanas, devido à dificuldade de encontrar oferta da suínos, disseram analistas.

Unidades da JBS Swift, Hormel Foods e Triumph Foods estão entre outras fábricas do Meio-Oeste dos EUA que planejam alguma redução dos abastes, que pode ocorrer com parada das operações por algumas horas, cancelamento de horas extras ou suspensão de abastes no sábado, segundo fontes do mercado físico de suínos.

A Smithfield, comprada no ano passado pela chinesa Shuanghui International, disse que não iria comentar suas operações diárias e a abertura ou fechamento de unidades de processamento.

A JBS, no Brasil, disse que não faria comentários por estar em período de silêncio antes da divulgação de resultados.

A paralisação nesta sexta-feira na unidade da Smithfield ocorre depois de dias de especulações no mercado sobre processadoras de carne suína dos Estados Unidos reduzindo os dias de trabalho devido à oferta reduzida, em uma medida que reflete a amplitude dos prejuízos causados pelo vírus, que provoca a morte dos animais.


Não está claro por quanto tempo a Smithfield irá manter a escala de abates reduzida. A empresa pode também reduzir operações em sua unidade em Clinton, na Carolina do Norte, disseram as fontes.

A Tar Heel é a maior unidade de processamento de suínos dos EUA, com capacidade de abater 30 mil a 34 mil cabeças por dia.

Os Estados Unidos, maior exportador mundial de carne suína, abateu cerca de 112 milhões de cabeças em 2013, segundo o governo.

O vírus se espalhou pelo rebanho na principal região produtora de suínos dos EUA, com especialistas estimando que pelo menos 4 milhões a 5 milhões de cabeças morreram de PEDv desde que a doença foi identificada nos EUA em maio de 2013.

O PEDv não afeta seres humanos e não traz riscos à alimentação.

Acompanhe tudo sobre:AlimentosCarnes e derivadosEmpresas abertasEmpresas brasileirasIndústriaJBSTrigo

Mais de Economia

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito

BB Recebe R$ 2 Bi da Alemanha e Itália para Amazônia e reconstrução do RS

Arcabouço não estabiliza dívida e Brasil precisa ousar para melhorar fiscal, diz Ana Paula Vescovi