Economia

Situação da indústria é preocupante, diz diretor da FGV

De acordo com Nakano, a situação do setor manufatureiro do País é delicada, especialmente o "coração", que é o segmento de bens de capital


	"A situação da indústria é preocupante e o futuro do País está vinculado ao seu desenvolvimento", afirmou Nakano em evento promovido pela Abimaq
 (REUTERS/Rebecca Cook)

"A situação da indústria é preocupante e o futuro do País está vinculado ao seu desenvolvimento", afirmou Nakano em evento promovido pela Abimaq (REUTERS/Rebecca Cook)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 17h29.

São Paulo - O diretor da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV), Yoshiaki Nakano, afirmou nesta quinta-feira que a indústria do Brasil "tem um trio mortal: câmbio apreciado, juros e impostos altos".

De acordo com Nakano, a situação do setor manufatureiro do País é delicada, especialmente o "coração", que é o segmento de bens de capital.

"A situação da indústria é preocupante e o futuro do País está vinculado ao seu desenvolvimento", afirmou, ao participar de evento promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na capital paulista.

Embora não seja favorável à alta de juros no Brasil, pois acredita que o patamar atual é elevado, ele mostrou-se apreensivo com a recente atividade da inflação.

"O crescimento do País é muito baixo, a média é de 1,8% nos últimos dois anos e a inflação está elevada. Com a inflação alta, algo precisará ser feito no curto prazo, pois a memória inflacionária no Brasil é grande."

Nakano avaliou que, para que o País saia da encruzilhada do baixo crescimento e alta inflação, é preciso que os investimentos como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) subam dos atuais 18% para uma marca ao redor de 25%.

"Isso será alcançado quando tivermos impostos menores e gastos correntes bem inferiores aos atuais, o que dará condições para a ampliação substancial do investimento público, que acabará puxando o privado. Além disso, o câmbio precisará ser menos apreciado para estimular a produção industrial interna e ampliar as exportações."

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