Economia

Sindigás pede política também para ajuste de GLP Industrial

O presidente do sindicato reivindica que a Petrobras crie também uma política de preços para o GLP Industrial

Gás: o consumo do GLP Residencial subiu 1,77% nos últimos 12 meses encerrados em novembro de 2017, (Joel Rocha/VEJA/Reprodução)

Gás: o consumo do GLP Residencial subiu 1,77% nos últimos 12 meses encerrados em novembro de 2017, (Joel Rocha/VEJA/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 18h29.

Rio - A diferença entre o preço do GLP Residencial e o GLP Industrial ficará ainda maior depois que a Petrobras anunciou nesta quinta-feira, 18, uma nova política de preços para o primeiro produto, alertou o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sérgio Bandeira de Mello.

Ele reivindica que a Petrobras crie também uma política de preços para o GLP Industrial, que, segundo ele, é vendido pela Petrobras com ágio de 28% em relação ao preço internacional para a indústria e comércio brasileiros.

"Depois desse anúncio o GLP Industrial deve estar uns 40% mais caro que o GLP Residencial, e é a mesma molécula, não faz sentido isso", disse Mello ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado). "Isso reduz a competitividade da indústria brasileira, queremos uma política transparente para o GLP Industrial", completou.

Ele informou que apesar da alta de preços, o consumo do GLP Residencial subiu 1,77% nos últimos 12 meses encerrados em novembro de 2017, enquanto o GLP Industrial teve queda de 1,44% no mesmo período, o que demonstra que as indústrias e o comércio estão buscando outras fontes de geração de energia.

Ao contrário dos demais combustíveis vendidos pela Petrobras, o GLP Residencial é protegido por uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), de 2005, que reconhece como de interesse para a política energética nacional a prática de preços diferenciados para o GLP destinado ao uso doméstico, devido ao seu elevado impacto social. O GLP Residencial, ou gás de botijão de 13 Kg, afeta a parcela da população brasileira de menor poder aquisitivo.

Mello não soube avaliar o impacto para o setor da mudança feita pela Petrobras, que passou o ajuste do GLP Residencial de mensal para trimestral, e reduziu o preço em 5% nas refinarias a partir de sexta-feira. "Deve ser menos perfeito do que estava sendo, mas preferimos assistir a implantação e depois opinar", avaliou. "Mas acho trimestral um período muito longo, deveria ter precificação diária", sugeriu.

O executivo disse ainda que tem dúvidas de como funcionará a nova política, já que os ajustes do preços serão trimestrais mas a conversão para real vai levar em conta os últimos 12 meses.

Acompanhe tudo sobre:GásGLPPetrobras

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto