Economia

Sindicatos protestam contra tarifas de importação de aço

Líderes afirmam que tarifas de 25% às importações de aço e de 10% às de alumínio anunciadas por Trump "prejudicarão o emprego e as indústrias" brasileiras

Alumínio: algumas das empresas mais importantes do setor siderúrgico a nível mundial são de origem brasileira, como a mineira Vale, maior produtora e exportadora mundial de ferro (Sean Gallup/Getty Images/Getty Images)

Alumínio: algumas das empresas mais importantes do setor siderúrgico a nível mundial são de origem brasileira, como a mineira Vale, maior produtora e exportadora mundial de ferro (Sean Gallup/Getty Images/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 5 de março de 2018 às 15h48.

Última atualização em 5 de março de 2018 às 15h49.

São Paulo - As principais centrais sindicais do Brasil protestaram nesta segunda-feira diante do consulado dos Estados Unidos em São Paulo contra as tarifas que o presidente Donald Trump planeja impor às importações de aço e alumínio.

A manifestação esteve liderada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), além da Força Sindical, entre outras organizações que clamaram contra a política protecionista do líder americano.

Os líderes sindicais afirmaram que as novas tarifas de 25% às importações de aço e de 10% às de alumínio anunciadas na semana passada por Trump "prejudicarão o emprego e as indústrias" brasileiras.

"A medida, aqui no Brasil, ameaçará milhares de famílias e trabalhadores porque trabalham em siderúrgicas. Não é justo que o Governo de Trump tome essa decisão", disse à Agência Efe o secretário-geral de Força Sindical, João Carlos Gonçalves.

Gonçalves destacou que neste tipo de questões é necessária uma negociação entre as partes envolvidas e a intermediação da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O Governo americano informou que não se contemplam fazer exceções para nenhum país em relação com a aplicação dessas tarifas, embora poderia eximir do pagamento o Canadá e o México, países com os quais negocia uma nova versão do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

"Temos mais de um milhão de trabalhadores no setor siderúrgico no Brasil, que já está sofrendo de diferentes maneiras com a concorrência desleal pelo mundo, e calculamos que mais de 400 mil empregos estão correndo risco", apontou à Efe Miguel Eduardo Torres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos.

"O nosso país tem que defender o que é nosso, defender o nosso patrimônio, a nossa indústria e o nosso emprego. O Governo tem que ter coragem", acrescentou.

Algumas das empresas mais importantes do setor siderúrgico a nível mundial são de origem brasileira, como a mineira Vale, maior produtora e exportadora mundial de ferro.

Essas duas companhias, junto com outras como a Companhia Siderúrgica Nacional e Usiminas, vêm sofrendo expressivas quedas nas suas ações negociadas na Bolsa de São Paulo desde que foram revelados os planos de Trump.

O Brasil exporta anualmente cinco milhões de toneladas de aço para os Estados Unidos, o que supõe 1/3 das vendas do país ao exterior.

Acompanhe tudo sobre:acoDonald TrumpEstados Unidos (EUA)sao-pauloSindicatos

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo