O governo de Rajoy argumenta que a reforma é urgente (Denis Doyle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2012 às 23h24.
Madri - Os sindicatos espanhóis convocaram nesta sexta-feira uma greve geral para o dia 29 de março, a primeira que o governo do conservador Mariano Rajoy vai enfrentar apenas três meses após sua chegada ao poder.
As Comissões Operárias (CCOO) e a União Geral de Trabalhadores (UGT) aprovaram por unanimidade a convocação da greve geral, a oitava da etapa democrática, para expressar a rejeição à reforma trabalhista, aprovada pelo governo no dia 10 de fevereiro.
Para os secretários gerais das CCOO, Ignacio Fernández Toxo, e da UGT, Cándido Méndez, a reforma do mercado de trabalho aprovada é 'imprudente' e 'regressiva', por isso que consideram que a greve convocada é uma medida 'justa e necessária'.
Eles afirmam além disso que o protesto foi desencadeado pelo próprio Executivo por causa de suas formas e por sua imprudência, ao haver aprovado a reforma sem discuti-la nem negociá-la com os sindicatos.
'É uma decisão difícil mas irrepreensível' do ponto de vista democrático e constitucional, assegurou Méndez em entrevista coletiva conjunta com Toxo na qual informaram sobre sua decisão.
Com a convocação, as centrais sindicais querem expressar a rejeição à reforma trabalhista que consideram que prejudica os direitos dos trabalhadores e facilita as demissões.
No entanto, elas advertem ao governo que com o protesto não se acabará sua rejeição à reforma e que há tempo ainda para retificar a norma, que foi uma das primeiras medidas adotadas pelo Executivo de Rajoy.
O governo de Rajoy argumenta que a reforma é urgente e necessária devido à situação que a Espanha atravessa com 5,2 milhões de desempregados, 23% da população ativa.
Com ela o governo pretende flexibilizar o mercado de trabalho espanhol e incentivar a contratação de jovens, um setor da população muito castigado pelo desemprego com uma taxa superior a 48%.