Economia

Sindicato sugere que postos limitem abastecimento de combustível

A distribuição de combustível começa a melhorar, especialmente nos estados norte e nordeste

Normalização: Gouveia disse que, após encerrado o movimento, os postos voltarão a ter combustível em até três dias e nos mercados o prazo previsto para retorno à normalidade é de até uma semana (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Normalização: Gouveia disse que, após encerrado o movimento, os postos voltarão a ter combustível em até três dias e nos mercados o prazo previsto para retorno à normalidade é de até uma semana (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de maio de 2018 às 11h40.

Última atualização em 28 de maio de 2018 às 11h53.

São Paulo - O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Gouveia, sugeriu nesta segunda-feira, 28, que os postos de gasolina fracionem a quantidade de combustível abastecida por consumidor quando houver normalização. Gouveia disse que, após encerrado o movimento, os postos voltarão a ter combustível em até três dias e nos mercados o prazo previsto para retorno à normalidade é de até uma semana.

"O posto não pode proibir (que o consumidor encha o tanque), não pode fazer 20 ou 30 (litros). Mas às vezes há uma boa vontade. Dois podem ter 20 ou 30, em vez de um só consumidor ter 60. Então, dois ou três abastecem em um lugar. É uma medida tipo o supermercado. O supermercado determina a quantidade (de produtos que os consumidores podem comprar). Talvez o posto tenha que fazer isso para ter uma capilaridade maior de abastecimento", disse o presidente do Sincopetro em entrevista à Rádio Eldorado.

No domingo, 27, Gouveia disse que não sabe de onde vem a gasolina que abastece os postos de gasolina em São Paulo. Ele voltou a afirmar, nesta segunda, que sem escolta o combustível ainda não está chegando aos postos. "Ainda estamos com as bases travadas. Ainda não temos entrega normal. As entregas são feitas com proteção, escolta. Mas entrega normal, infelizmente, não", disse.

O presidente do Sincopetro admitiu que, em meio à paralisação de caminhoneiros, alguns postos venderam combustível por um preço mais caro. Ele condenou o ato. "Existem, sim, alguns que tentaram se aproveitar. Mas não foi o posicionamento da minha categoria. A minha categoria vendeu o produto no preço normal. Um ou outro teve essa ideia de ganhar um pouco mais. Essa é a decisão de cada um", afirmou.

Em relação ao anúncio do presidente Michel Temer, que reduziu R$ 0,46 no preço do diesel por 60 dias, Gouveia disse que é preciso checar se medida de fato vai beneficiar os donos dos postos. "Acho uma ótima ideia, mas ele tem que fazer primeiro a companhia me vender 0,46 centavos mais barato. Não é justo o governo falar que vai baixar e nós não recebermos o repasse disso", disse ele. "Nesses últimos tempos, toda vez que o governo fala um valor, esse valor nunca chega ao posto."

País

De acordo com Paulo Miranda Soares, presidente da Federação Nacional de Combustíveis, representante dos sindicatos de postos de gasolina do País, a situação de distribuição ainda é bastante crítica. "Mesmo com a escolta dos agentes de segurança pública, os motoristas que estão transportando combustível para hospitais, postos e aeroportos estão com medo de represálias". Circulam áudios com ameaças de queimar os caminhões após a entrega.

Apesar do cenário pouco animador, a distribuição de combustível começa a melhorar, especialmente nos Estados do Norte e Nordeste. Soares explica que a situação menos crítica nessas regiões é a de que porcentual expressivo dos combustíveis chega por transporte marítimo e as bases de distribuição são próximas aos portos.

Acompanhe tudo sobre:CombustíveisPetrobraspostos-de-gasolina

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto