Silveira afirma que queda do dólar e do petróleo abre espaço para reajuste nos valores praticados no Brasil (Dado Galdieri/Getty Images)
Redatora
Publicado em 7 de março de 2025 às 16h14.
Última atualização em 7 de março de 2025 às 17h12.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta sexta-feira, 7, que a Petrobras deve considerar uma redução no preço dos combustíveis diante da queda do Brent, referência internacional do petróleo, e da cotação do dólar.
“Com a queda do Brent e com o dólar a R$ 5,75, nós estamos muito atentos para defendermos naturalmente, sem nenhuma intervenção. A Petrobras tem a sua governança e seu direito discricionário, mas entendo que já está na hora” , disse Silveira em entrevista à Coluna do Estadão.
O ministro reforçou que o governo não pretende intervir diretamente na política de preços da estatal, mas defendeu que a empresa leve em conta o cenário atual para ajustar os valores ao consumidor.
A Petrobras adota desde o ano passado um modelo de precificação que considera custos de importação e mercado interno, abandonando a antiga política de paridade internacional. Com isso, reduções ou aumentos não ocorrem automaticamente com a variação do dólar, ou do petróleo.
Silveira também afastou a ideia de que a inflação dos alimentos esteja diretamente ligada ao custo dos combustíveis. Segundo ele, outros fatores vêm pressionando os preços, mas a tendência agora é de recuo.
“Não é o preço de combustível, são outros fatores que estão impactando o preço do alimento. Mas acho que há uma tendência agora de queda do preço dos combustíveis e, naturalmente, do preço dos alimentos” , afirmou.
A fala do ministro ocorre em meio a um cenário de alta nos preços de produtos essenciais, como café, ovos e milho, o que tem levado o governo a buscar medidas para conter a inflação entre esses itens.
Silveira afirmou, em entrevista ao Globo, que pretende incluir no projeto de reforma do setor elétrico o uso de recursos públicos para bancar parte dos subsídios que hoje pesam nas tarifas. A medida, que pode ser apresentada ao Congresso nos próximos dois meses, busca aliviar os custos para os consumidores em um momento de baixa popularidade do governo Lula.