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Silveira aposta em licenciamento da Margem Equatorial ainda nesse ano

Ministro vê avanço na liberação de bloco na Foz do Amazonas, mas Ibama mantém cautela

Decisão final depende do Ibama (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Decisão final depende do Ibama (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 15h57.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2025 às 16h11.

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou acreditar que o licenciamento ambiental para exploração da Margem Equatorial será concedido ainda neste ano. [/grifar] A Petrobras aguarda a liberação do bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas, pelo Ibama, após cumprir todas as exigências do órgão, segundo o ministro.

“Acredito sim no licenciamento da Margem Equatorial, até porque a Petrobras cumpriu com tudo aquilo que o Ibama pediu”, disse Silveira em entrevista à CNN Brasil. Ele reforçou que o órgão ambiental deve seguir seu tempo de análise, mas tem “convicção que ainda este ano teremos o licenciamento”.

O ministro tem divergências com a titular do Meio Ambiente, Marina Silva, que defende rigor na análise da licença. Silveira afirmou que o governo não pretende flexibilizar regras ambientais, mas também não cederá a pressões contrárias à exploração. “Não deixamos passar a boiada, mas também não queremos extremismo meramente ideológico”, declarou.

Pressão política e resposta do Ibama

A declaração de Silveira acontece após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometer ao senador Davi Alcolumbre (União-AP), novo presidente do Congresso Nacional, apoio às pesquisas de exploração na região.

Em meio à pressão política, Marina Silva publicou um balanço das autorizações concedidas pelo Ibama. Segundo a ministra, o órgão emitiu 548 licenças em 2024, alta de 10% em relação a 2023, sendo 295 para o setor de petróleo e gás. Ela ressaltou que todas as liberações seguem os critérios legais para garantir equilíbrio entre desenvolvimento e meio ambiente.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a empresa enviou ao Ibama todas as informações exigidas em novembro e aguarda um parecer. Porém, Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, disse na semana passada que não há prazo definido para análise do pedido.

A estatal também aguarda a conclusão das obras do Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna (CRD), no Oiapoque (AP), estrutura exigida para a pesquisa. O Ibama precisa vistoriar as instalações antes de aprovar a licença.

Potencial e embate ambiental

A Margem Equatorial, que se estende por mais de 2,2 mil km entre o Rio Grande do Norte e o Amapá, pode conter até 30 bilhões de barris de petróleo, segundo estimativas. A área é considerada a nova fronteira da produção de óleo e gás no Brasil, especialmente após descobertas na Guiana e no Suriname.

Apesar do potencial econômico, o projeto enfrenta forte resistência de ambientalistas e de Marina Silva. O impasse divide o governo às vésperas da COP-30, conferência do clima que será realizada em Belém, em novembro.

*Com o Globo.

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