Setor público: no mês, a dívida líquida foi a 47,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) (./Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de abril de 2017 às 10h58.
Última atualização em 28 de abril de 2017 às 11h34.
Brasília - O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 11,047 bilhões em março, informou nesta sexta-feira, 28, o Banco Central. Em fevereiro, havia sido registrado déficit de
R$ 23,468 bilhões e, em março de 2016, um déficit de R$ 10,644 bilhões.
O déficit primário de R$ 11,047 bilhões em março é o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em dezembro de 2001.
O resultado primário consolidado do mês passado ficou dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que era de déficit, R$ 9,7 bilhões de R$ 27,1 bilhões. A mediana estava negativa em R$ 13,3 bilhões.
O resultado fiscal de março foi composto por um déficit de R$ 11,686 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 937 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram superávit de R$ 473 milhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 465 milhões. Já as empresas estatais registraram déficit primário de R$ 298 milhões.
As contas do setor público acumulam um superávit primário de R$ 2,197 bilhões em 2017 até março, informou o Banco Central. A quantia representa 0,14% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, havia déficit primário de R$ 5,771 bilhões ou 0,39% do PIB.
O resultado fiscal no acumulado de janeiro a março foi obtido com um déficit de R$ 14,163 bilhões do Governo Central (0,91% do PIB). Já os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$ 16,996 bilhões (1,09% do PIB).
Enquanto os Estados registraram superávit de R$ 13,442 bilhões (0,86% do PIB), os municípios alcançaram um resultado positivo de R$ 3,554 milhões (0,23% do PIB). As empresas estatais registraram um déficit de R$ 636 milhões no acumulado deste ano (0,04% do PIB).
As contas do setor público acumulam déficit primário de R$ 147,823 bilhões em 12 meses até março, o equivalente a 2,34% do PIB, informou o Banco Central. Este porcentual é o mesmo registrado em janeiro e fevereiro deste ano.
O BC leva em conta, em suas projeções, as previsões do governo para a área fiscal contidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), de déficit de R$ 143,1 bilhões para 2017. Essa projeção considera um rombo de R$ 139,0 bilhões para o Governo Central em 2017.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em março pode ser atribuído ao rombo de R$ 159,158 bilhões do Governo Central (2,52% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram superávit de R$ 11,847 bilhões (0,19% do PIB) em 12 meses até março.
Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 11,573 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 275 milhões. As empresas estatais registraram um resultado negativo de R$ 512 milhões no período.
O setor público consolidado teve gasto de R$ 43,302 bilhões com juros em março, após esta despesa ter atingido R$ 30,776 bilhões em fevereiro, informou o Banco Central.
O Governo Central teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 36,941 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 5,830 bilhões e as empresas estatais, de R$ 531 milhões.
No ano, o gasto com juros subiu de R$ 67,189 bilhões até fevereiro para R$ 110,490 bilhões até março (7,10% do PIB).
Em 12 meses, as despesas com juros subiram de R$ 388,207 bilhões até fevereiro para R$ 432,158 bilhões até março (6,83% do PIB).
Segundo o BC, o setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 54,349 bilhões em março. Em fevereiro, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 54,244 bilhões e, em março de 2016, deficitário em R$ 9,995 bilhões.
No mês passado, o governo central registrou déficit nominal de R$ 48,627 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 4,893 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 829 milhões.
Em relação ao PIB, o déficit nominal de 2017 até março foi de 6,96%, uma soma de R$ 108,293 bilhões.
Em 12 meses até o mês passado, o déficit nominal correspondeu a 9,17% do PIB, com saldo negativo de R$ 579,980 bilhões.