Os setores não financeiros da economia brasileira acumularam lucros superiores aos dos bancos no governo Lula. Segundo levantamento realizado pela consultoria Economatica, os ganhos de 180 empresas não financeiras nos últimos três anos e meio foi de 213,9 bilhões de reais, contra 57,6 bilhões de reais do setor bancário.

Comparando-se os resultados do governo Lula aos do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), é possível verificar também que os lucros das empresas não financeiras praticamente triplicaram desde 2002, elevando-se em 142,3 bilhões de reais - o equivalente a 198,9%. Já os bancos viram seus resultados cresceram 80%, o correspondente a mais 25,7 bilhões de reais.

De acordo com a Economatica, o crescimento da lucratividade das empresas não financeiras deve-se, principalmente, a dois fatores. O primeiro é a desvalorização do dólar - enquanto no segundo mandato de FHC a moeda americana subiu 192,3%, corroendo o lucro das empresas devido ao alto grau de endividamento em moeda estrangeira, no governo Lula o dólar caiu 38,7% até 30 de junho. O segundo é a valorização das commodities, que constituem o principal produto comercializado pela maioria das empresas brasileiras.

Setores

O setor de siderurgia e metalurgia foi o que apresentou maior aumento nos resultados nos últimos três anos. Os lucros cresceram 440,9%, passando de 5,2 bilhões de reais na gestão FHC para 28,5 bilhões de reais no governo Lula.

Já as es empresas de energia elétrica conseguiram reverter os prejuízos de 17,8 bilhões de reais acumulados no segundo mandato de FHC em lucros de 14,7 bilhões na gestão Lula - o que representa um crescimento de 182,7%.

Dos 18 setores avaliados, porém, três apresentam resultados inferiores aos obtidos no governo FHC: eletroeletrônicos, minerais não metálicos e veículos e peças.

As fábricas de eletroeletrônicos viram seus ganhos encolherem em 61%, passando de 246 milhões de reais no governo FHC para 96 milhões de reais na gestão Lula. As empresas de minerais não metálicos tiveram os lucros reduzidos em 58,5%, de 299 milhões de reais para 124 milhões de reais, enquanto as montadoras e indústrias de peças apresentaram redução de 15,4% nos resultados, com o lucro caindo de 4,95 bilhões de reais para 4,19 bilhões de reais.