Economia

Setor já cortou 3 mil vagas em 12 meses em MG, diz Abimaq

Com relação ao faturamento nacional para o ano, a Abimaq prevê uma queda entre 15% e 20% em termos reais


	Máquinas: o "chão de fábrica" é o primeiro da lista de demissões, diz diretor regional da Abimaq
 (Dave Kaup/Getty Images)

Máquinas: o "chão de fábrica" é o primeiro da lista de demissões, diz diretor regional da Abimaq (Dave Kaup/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 17h37.

Belo Horizonte - A indústria mineira de máquinas e equipamentos prevê demitir trabalhadores nos próximos meses devido ao baixo número de pedidos em carteira e ao cenário macroeconômico adverso.

Conforme o diretor regional de Minas Gerais da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcelo Luiz Moreira Veneroso, em 12 meses as demissões no estado no setor somam três mil trabalhadores.

"Em agosto foram 350 demissões e em setembro vai haver um pouco mais. As demissões estão praticamente encomendadas. Se a economia reagir hoje, pode evitar esse movimento, mas se não houver essa sinalização, e é o que está parecendo, as demissões são certas", disse ao Broadcast, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 24.

Segundo ele, o pessoal da produção - o "chão de fábrica" - é o primeiro da lista de demissões.

"As dispensas que tiveram que ser feitas até o momento atingiram esse pessoal, mas elas tendem a passar para outros setores, como os de engenharia e o administrativo", disse, ressaltando que os cortes só não são maiores porque a indústria requer qualificação do profissional.

"Mesmo assim, hoje, não temos problema de encontrar gente qualificada, como aconteceu até 2010. A indústria já consegue achar profissionais qualificados e mais baratos", ressaltou.

Faturamento

Com relação ao faturamento nacional para o ano, a Abimaq prevê uma queda entre 15% e 20% em termos reais.

No ano até agosto, segundo dados apresentados hoje, o faturamento mensal do setor no Brasil caiu 16,6%, para R$ 45,982 bilhões.

Em Minas Gerais, Veneroso disse que o porcentual de recuo deve ficar mais acentuado tanto no ano quanto em agosto (os dados estaduais são divulgados com defasagem de cerca de um mês e meio), devido à forte influência negativa do setor de siderurgia e mineração.

No Estado, os segmentos mais presentes são equipamentos pesados para a indústria de transformação, siderurgia, commodities, agrícola, cimento, mineração e petróleo.

Para o diretor regional da Abimaq em Minas Gerais, o próximo governador do estado precisa dar prioridade a outros setores da indústria, além de siderurgia, mineração e commodities agrícolas.

"É preciso haver um plano setorial mais adequado e de médio e longo prazo. A economia do Estado não pode pensar mais em imediatismo", declarou.

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