Retomada do setor de serviços vem sendo lenta e irregular (Minerva Studio/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 16 de março de 2018 às 10h20.
Última atualização em 16 de março de 2018 às 10h42.
Rio de Janeiro/São Paulo - O volume do setor de serviços do Brasil encolheu mais do que o esperado, fechando com o pior resultado para janeiro em seis anos após um fim de 2017 forte, mas o resultado não tira o setor do movimento de recuperação.
Em janeiro, o volume de serviços caiu de 1,9 por cento sobre o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, contra expectativa de estabilidade em pesquisa da Reuters.
O resultado foi o mais fraco para o mês na série iniciada pelo IBGE em 2012, e acontece após avanços em novembro e dezembro respectivamente de 1 e 1,5 por cento.
Na comparação com janeiro do ano anterior, houve recuo de 1,3 por cento, quando a expectativa era de aumento de 0,9 por cento.
"De maneira geral, foi uma base mais forte em dezembro, e agora teve redução no transporte de cargas, que foi positivo em 2017. Como isso tem peso importante, pesou no resultado geral", explicou o gerente da pesquisa no IBGE, Rodrigo Lobo.
No primeiro mês do ano, as perdas foram generalizadas, sendo a mais acentuada em Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, de 3 por cento, seguida por Serviços profissionais, administrativos e complementares, de 1,4 por cento.
A única atividade que mostrou alta no volume no mês foi de Outros Serviços, de 3,8 por cento, em janeiro sobre dezembro.
O IBGE informou ainda que as Atividades turísticas apresentaram o terceiro resultado positivo em janeiro, com alta de 0,3 por cento. Sobre o ano anterior, o turismo apresentou estabilidade.
Dependente da recuperação da indústria e do comércio, a retomada do setor de serviços vem sendo mais lenta e irregular, em meio à taxa de desemprego ainda elevada no país.
A confiança, entretanto, vem melhorando, e em fevereiro chegou ao nível mais alto desde abril de 2014, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), indicando melhora no ímpeto de contratações nos próximos meses.