Economia

Setor de serviços do Brasil manteve forte contração em março

O Markit informou nesta terça-feira que seu PMI de serviços do Brasil foi a 38,6 em março, contra 36,9 em fevereiro


	Serviços: o Markit informou nesta terça-feira que seu PMI de serviços do Brasil foi a 38,6 em março
 (Thinkstock)

Serviços: o Markit informou nesta terça-feira que seu PMI de serviços do Brasil foi a 38,6 em março (Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2016 às 10h34.

São Paulo - A contração do setor de serviços do Brasil mostrou ligeira moderação em março depois de ter alcançado a mínima histórica da pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), com a produção, os novos pedidos e os empregos permanecendo sufocados pelas crises econômica e política.

O Markit informou nesta terça-feira que seu PMI de serviços do Brasil foi a 38,6 em março, contra 36,9 em fevereiro.

Apesar da melhora, permanece bem abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração e no segundo nível mais baixo em mais de nove anos de coleta de dados.

O mesmo cenário foi verificado na pesquisa sobre a indústria, levando o PMI Composto brasileiro a 40,8 em março, contra 39,0 em fevereiro, ainda indicando forte taxa de redução na atividade do setor privado brasileiro.

"O desempenho da economia brasileira continua inquietante e as preocupações vão continuar de que o impasse político, a alta do desemprego, a inflação forte, os escândalos de corrupção e o aperto fiscal podem ter mais impactos nocivos sobre as condições de demanda", avaliou a economista do Markit e autora do relatório, Pollyanna De Lima.

Março, segundo o Markit, foi marcado por forte queda no volume de novos negócios entre os fornecedores de serviços, sendo a categoria de Aluguéis e Atividades de Negócios a de pior desempenho entre as seis monitoradas.

Com a queda nas necessidades de produção, o nível de emprego no setor de serviços caiu em março pelo 13º mês seguido, marcando a segunda taxa de cortes mais rápida na histórica da pesquisa, iniciada em março de 2007.

"Quase um terço dos entrevistados relataram números mais baixos de funcionários, com as demissões sendo associadas a tentativas de redução de custos e à queda nas exigências de produção", apontou o Markit em nota.

Em relação aos custos, cerca de 44% dos entrevistados apontaram cargas mais altas, com a taxa de inflação permanecendo acima da média de longo prazo. Ainda assim, a taxa de preços cobrados caiu e foi ao nível mais fraco desde novembro de 2015.

Mesmo com o cenário negativo mas depois de atingir em fevereiro mínima de seis meses, a confiança para os próximos 12 meses permaneceu positivo, devido à expectativa de mudança nas condições econômicas, bem como o fim das turbulências políticas.

Segundo Markit, quase 40% dos consultados na pesquisa esperavam crescimento da atividade no próximo ano, contra 23% que veem mais contração.

A Fundação Getulio Vargas (FGV) apontou que seu Índice de Confiança de Serviços (ICS) registrou ligeira alta em março, com destaque para a melhora da percepção sobre a situação atual.

O setor de serviços iniciou 2016 com queda de 5,0% no volume na comparação com janeiro de 2015, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaCrise políticaServiços diversos

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor