Economia

Setor de serviços cresce 9,3% em janeiro

Segundo IBGE, demanda maior das empresas e o crescimento da renda dos trabalhadores impulsionaram a atividade de serviços no começo do ano


	Restaurantes e serviços: crescimento real da receita ficou em 1,1% no período, descontada a inflação de serviços de 8,26% acumulada em 12 meses
 (Getty Images)

Restaurantes e serviços: crescimento real da receita ficou em 1,1% no período, descontada a inflação de serviços de 8,26% acumulada em 12 meses (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2014 às 20h43.

Rio - A demanda maior das empresas e o crescimento da renda dos trabalhadores impulsionaram a atividade de serviços no começo de 2014. A receita nominal do setor, sem descontar a inflação, cresceu 9,3% em janeiro em relação a igual mês de 2013, informou nesta terça-feira, 18, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Houve uma recuperação em relação a dezembro, influenciada por crescimento mais expressivo em serviços de informação e comunicação e nos serviços profissionais, administrativos e complementares", disse o técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Roberto Saldanha. No último mês do ano passado, a alta havia sido de 8,3% no mesmo tipo de comparação.

Nos cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o crescimento real da receita ficou em 1,1% no período, descontada a inflação de serviços de 8,26% acumulada em 12 meses. De acordo com o economista da CNC Fabio Bentes, foi a maior elevação real da receita desde abril de 2013.

"Temos uma conjuntura um pouco melhor neste início de ano. Pode ser o início de uma recuperação do setor", avaliou Bentes. "O primeiro mês do ano teve a atividade crescendo significativamente, e o que parece estar por trás é o mercado de trabalho aquecido", acrescentou, destacando a alta de 12,1% na receita dos serviços prestados às famílias em janeiro ante igual mês de 2013.

O arrefecimento da inflação de serviços em janeiro também pode ter contribuído positivamente para o faturamento, segundo Bentes. Apesar disso, a perspectiva para fevereiro é de crescimento menos vigoroso em função da aceleração já apurada nos preços ligados ao segmento. "Os serviços têm sido prejudicados pela inflação alta. E, neste ano, temos novas pressões, como o aumento da demanda durante a Copa", disse o economista.

Para o IBGE, os dados divulgados ontem reforçam o cenário de desaceleração traçado para a atividade, que responde por dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Em janeiro, a alta acumulada em 12 meses da receita em serviços ficou em 8,5%. Um ano antes, era de 9,8%. "É uma tendência de desempenho menor em relação a 2013. O setor de serviços acompanha, ele é complementar a outras atividades, como indústria, comércio e agricultura", afirmou Saldanha. "É a desaceleração (na atividade econômica) que chega ao setor de serviços."

Apesar disso, o técnico do IBGE afirmou que o ciclo de elevação da taxa básica de juros, a Selic, iniciado em abril de 2013, ainda não afetou os serviços, ao contrário do que vem sendo percebido em outras atividades, como o comércio. O Comitê de Política Monetária (Copom) já elevou a Selic em 3,5 pontos porcentuais, para 10,75% ao ano, mas isso não foi suficiente para reduzir a demanda por serviços, afirmou Saldanha. "Enquanto a renda do trabalhador estiver crescendo, o setor de serviços vai se manter aquecido", disse.

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