Os britânicos foram os que mais cruzeiros fizeram no ano passado (1,7 milhão de passageiros) (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2012 às 19h40.
Miami - O setor de cruzeiros, com crescimento de 9% em 2011 em número de passageiros, mantém a confiança nas perspectivas de crescimento para este ano, apesar do naufrágio em janeiro do 'Costa Concordia' na costa italiana, e vê na América Latina uma importante fonte de mercado.
O naufrágio do 'Costa Concordia' em águas italianas - com saldo de 25 mortos - foi um 'incidente raro e isolado', disse nesta segunda-feira à Agência Efe Ricardo Amaral, presidente da brasileira Abremar e diretor da Royal Caribbean para o Brasil, México e América Latina.
Amaral é um dos conferencistas da 28ª edição da Cruise Shipping Miami, considerada a maior feira de cruzeiros do mundo, que começou nesta segunda-feira e se estende até quinta-feira no Centro de Convenções de Miami Beach, no estado da Flórida, nos Estados Unidos.
Sobre o naufrágio no litoral italiano, que teve grande impacto na imagem do setor, o analista garante que tanto as linhas de cruzeiros quanto as associações 'estão fazendo um grande trabalho para revisar todos os procedimentos' de segurança.
De acordo com ele, é 'difícil' estimar se esse incidente afetará as reservas de cruzeiros no longo prazo, já que isso 'depende de muitos elementos e alguns deles (estão) vinculados a cada região', mas em geral o setor 'está alcançando seus objetivos'.
Na sua opinião, a América Latina apresenta 'perspectivas de crescimento enormes para os próximos anos', devido ao 'crescimento galopante da classe média' na região.
Quem também expressou seu otimismo foi o secretário-geral do Conselho Europeu de Cruzeiros, Tim Marking, que ressaltou o 'crescimento ininterrupto' no número de passageiros, que em 2011 foi de 9%.
Em seu discurso na feira, ele destacou que o Reino Unido se mantém como líder europeu de um mercado que demonstrou sua 'força em uma economia cheia de incerteza e na qual os cruzeiros europeus desempenham importante papel para o crescimento' econômico.
Os britânicos foram os que mais cruzeiros fizeram no ano passado (1,7 milhão de passageiros), seguidos pelos alemães e franceses (1,4 milhão em ambos), italianos (900 mil) e espanhóis (703 mil).
Nesse sentido, o britânico William Gibbons, diretor da Passenger Shipping Association, revelou que o Mediterrâneo é a 'região mais popular para o turista britânico' (eleito por 43%), seguido da Europa do norte (20%), Caribe (14%) e as ilhas do Atlântico, as Canárias e Madeira, destino que teve aumento de 19% na demanda no último ano.
A idade média dos passageiros de cruzeiros oscila entre 53 e 55 anos (a geração do 'baby boom'). No último ano, a demanda por passeios marítimos de superluxo aumentou 33%.
Amaral ressaltou o avanço do Brasil no setor, não só como 'emissor' de passageiros, mas também como 'importante e atrativo destino' de cruzeiros, com um 'substancial investimento em infraestrutura de portos e transportes'.
O brasileiro chamou a atenção para a força da economia brasileira, a sexta maior do mundo e a primeira da América Latina, com 'classe média crescente' que alcançará os 100 milhões em 2012.
Para ele, o Brasil conta com uma importante 'estabilidade política' e perspectiva invejável com a organização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016, o que representará a criação de mais de 20 mil postos de trabalhos relacionados com o setor de cruzeiros.
Ainda ficam pendentes 'desafios' relativos às 'infraestruturas, custos operacionais, impostos e flexibilização dos vistos', reconheceu.