Economia

Setor de carne descarta impacto de embargos por EEB atípica

Principais embargos externos anunciados estão focados no Estado de Mato Grosso, onde o caso de EEB foi detectado


	Gado da JBS: caso atípico de vaca louca foi detectado em um animal antes do abate, em unidade da companhia
 (Divulgação)

Gado da JBS: caso atípico de vaca louca foi detectado em um animal antes do abate, em unidade da companhia (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2014 às 17h43.

São Paulo - O setor de carne bovina não deve sofrer impacto negativo por conta de um registro de doença de vaca louca atípica no Brasil, uma vez que os principais embargos externos anunciados estão focados no Estado de Mato Grosso, onde o caso de EEB foi detectado, disse nesta segunda-feira o presidente da associação que reúne a indústria.

O executivo considerou ainda que o caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina, detectado em uma vaca antes do abate em unidade da JBS, também deve ter impacto limitado sobre os preços da arroba e fluxo de comércio no país.

"Não (vejo impacto). O Estado tem peso na exportação, mas dá para alterar o funcionamento das fábricas, transferindo produção", disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec), Antonio Camardelli.

Ele acrescentou que o Estado --que tem o maior rebanho bovino e peso grande nas exportações-- ainda poderá continuar abastecendo os demais países que não colocarem restrições a seu produto.

"Temos acompanhado Mato Grosso, mas desde o momento deste episódio não tem super oferta de animais, não teve oscilações no preço arroba e os preços de mercado se mantêm", acrescentou.

Mais cedo o presidente-executivo da Marfrig, Sérgio Rial, disse que Egito, Irã e Argélia impuseram restrições à carne bovina de Mato Grosso por conta do caso atípico da doença em um frigorífico no Estado, Sérgio Rial.

Camardelli, da Abiec, explicou que oficialmente --com confirmações dos dois lados, do governo do Brasil e do país importador-- somente Peru (com embargo ao produto do Brasil) e Egito (com restrição apenas ao Estado) até o momento comunicaram restrições.

O presidente da Abiec informou que terá reunião em Brasília, com representantes do ministério para avaliar os próximos passos a serem adotados para reverter esta situação.

Na semana passada, o Peru já havia imposto embargo temporário, de 180 dias, à carne procedente do Brasil.

O Irã, segundo Camardelli, soltou comunicado apenas por meio do site do governo, em que aponta sanção apenas à carne bovina de Mato Grosso. Ele não tem informações sobre a Argélia.

Egito, Irã e Argélia foram, respectivamente, o quarto, o sexto e o nono maiores importadores de carne bovina in natura do Brasil em 2013, segundo dados da indústria.

O Peru compra volumes pequenos do Brasil "As restrições impostas até o momento foram muito coerentes, porque foram restritas ao Mato Grosso", disse Rial, mais cedo na conferência para comentar os resultados da companhia no último trimestre.

O laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) confirmou que o caso de EEB, encontrado em Mato Grosso, é "atípico", informou o Ministério da Agricultura.

O ministério disse que um teste realizado no laboratório de Weybridge, do Reino Unido, ratifica resultado das investigações epidemiológicas realizadas no Brasil indicando que se trata de um caso espontâneo, que não tem qualquer correlação com a ingestão de alimento contaminado.

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