Caminhões da Volkswagen e da MAN (Sean Gallup/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2014 às 21h45.
São Paulo - As medidas adotadas pelo governo federal para reativar a venda de caminhões e ônibus ajudaram a melhorar o ambiente de negócios do setor a partir de maio, porém não serão suficientes para evitar uma retração das vendas no acumulado de 2014.
A previsão é do presidente da MAN Latin America, Roberto Cortez, para quem o setor deve fechar o ano com retração na casa de "dois dígitos", praticamente anulando a alta apurada no ano passado.
"A perspectiva não está tão ruim quanto estava até maio, mas o setor acumula uma queda de 12% e já estamos no meio do ano, por isso é difícil reverter", disse Cortez.
"O que temos sentido, principalmente em maio, foi um efeito das medidas do governo, mas muito mais da rapidez da liberação de crédito", complementou.
Para estimular as vendas de ônibus e caminhões, o governo adotou uma série de medidas, entre elas uma maior facilidade de acesso ao crédito e a simplificação na avaliação de crédito por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Outro pedido do setor é a redução da taxa do Finame, elevada no ano passado de 4% para 6% ao ano. "Termos uma taxa mais interessante seria um fator importante", destaca Cortez.
Após um primeiro trimestre fraco e meses melhores entre abril e maio graças a essas medidas, a tendência para os meses de junho e julho volta a ser menos favorável. Desta vez, em função da realização da Copa do Mundo no Brasil.
O segundo semestre será marcado pelas eleições e em 2015, com o fim das incertezas relacionadas ao processo político do País, a expectativa é de que o setor volte a dar sinais de recuperação, independente de qual seja o próximo presidente do Brasil.
"Não vejo muitas mudanças entre os três candidatos que aparecem nas pesquisas, talvez apenas a rapidez de aplicação de política econômica", analisa o presidente da MAN.
O próximo ano também será marcado pela configuração do novo acordo automobilístico entre Brasil e Argentina.
O acordo provisório com prazo de um ano assinado entre os países foi positivo, segundo Cortez, e garante tempo para a elaboração de um novo acerto internacional por um prazo de dez anos.