Produção de aço: primeiros resultados de terceiro trimestre das siderúrgicas de capital aberto do Brasil indicaram forte melhora operacional (Martin Divisek/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2013 às 15h31.
São Paulo - O setor siderúrgico espera elevar sua produção no Brasil em 2014, depois de um ano em que as previsões de crescimento foram zeradas e de um terceiro trimestre em que o volume produzido já reportado por Usiminas e Gerdau para o país mostrou queda na comparação anual.
Segundo o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes, o setor ainda está trabalhando nas perspectivas para a próximo ano, mas a esperança é de crescimento.
"O ano de 2013 foi tão ruim que alguma melhoria tem que acontecer em 2014", afirmou Mello Lopes em evento do setor a jornalistas.
Ele citou como fatores positivos para a expectativa aumento de gastos públicos diante da proximidade das eleições, medidas de defesa comercial tomadas pelo Brasil nos últimos meses, que incluíram chapa grossa, insumo voltado a aplicações em setores como naval e de caminhões.
Segundo o presidente do IABr, o nível de ociosidade da indústria produtora de aço no país está em cerca de 70 por cento, quando o ideal são patamares acima de 80 por cento. O setor tem capacidade de produção de 48,9 milhões de toneladas, mas a demanda interna prevista para este ano é de cerca de 29 milhões de toneladas.
Os primeiros resultados de terceiro trimestre das siderúrgicas de capital aberto do Brasil indicaram forte melhora operacional após estratégia de corte de custos, aumento de preços e foco das vendas no mercado interno, mais rentáveis que exportações.
Mas a produção de aço bruto no Brasil no terceiro trimestre de Usiminas e Gerdau, as duas primeiras empresas do setor a divulgarem resultados para o período, recuou na comparação com um ano antes, e ficou apenas levemente acima do produzido entre abril e junho deste ano.
Enquanto a produção de aço bruto da Usiminas caiu 3 por cento sobre o terceiro trimestre de 2012, a produção da unidade Brasil da Gerdau recuou quase 7 por cento na mesma comparação.
"Não vejo nada significativo que permita termos um olhar mais otimista (para este ano). Não houve mudanças significativas em termos de PIB", disse Mello Lopes sobre o resultado das empresas no terceiro trimestre. "O que houve foi melhora de racionalização de processos (produtivos)." A CSN, a terceira e última das empresas do setor de capital aberto deve divulgar seus números entre os dias 6 e 14 de novembro deste mês.
2013 Mantido
O IABr mudou em agosto suas projeções sobre a produção de aço bruto do Brasil de cerca de 6 por cento de alta para queda de 0,1 por cento, a 34,5 milhões de toneladas. Outras entidades de setores consumidores de aço, como Abimaq, de máquinas e equipamentos, e Anfavea, de veículos, também reviram suas perspectivas para o ano diante da lento expansão da economia e fortes importações.
No acumulado de janeiro a setembro, a produção brasileira de aço bruto teve queda de 0,6 por cento, a 25,9 milhões de toneladas. Com isso, as usinas terão que produzir cerca de 2,9 milhões de toneladas por mês em outubro, novembro e dezembro.
Em 2012, o setor produziu 3,1 milhões de toneladas de aço em outubro, 2,79 milhões em novembro e 2,55 milhões em dezembro.
Mello Lopes manteve nesta segunda-feira as previsões revistas da entidade para este ano.
Ele também afirmou que espera para 2014 a volta da CSN aos quadros do IABr. A companhia de Benjamin Steinbruch se licenciou da entidade em 2010, após discordar do ingresso da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), controlada pelo grupo alemão ThyssenKrupp, na entidade.
"Não faz o menor sentido que uma empresa do porte da CSN não seja parte do instituto (...) Asseguro que ela estará em de volta em 2014", disse o presidente do IABr.