Companhias aéreas: "Financeiramente, 2020 será o pior ano da história da aviação", disse o diretor geral da Iata (Kham/Reuters)
Reuters
Publicado em 9 de junho de 2020 às 11h41.
Última atualização em 9 de junho de 2020 às 13h03.
A crise do coronavírus levará o setor aéreo ao prejuízo anual recorde de 84 bilhões de dólares, marcando 2020 como o "pior ano da história da aviação", afirmou o principal órgão global do setor nesta terça-feira.
O tráfego aéreo de passageiros deve aumentar 55% em 2021 em relação ao nível deste ano, enquanto ainda permanece 29% abaixo do nível de 2019, informou a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) em uma previsão atualizada.
À medida que a recuperação das viagens aéreas ganha ritmo na Ásia e começa a acontecer na Europa e na América do Norte, as companhias aéreas estão contando o custo de muitas semanas sem operar, com um aumento de dívidas e uma perspectiva reduzida da demanda futura.
"Financeiramente, 2020 será o pior ano da história da aviação", disse o diretor geral da Iata, Alexandre de Juniac.
A Iata previu um impacto de mais 15,8 bilhões de dólares nos resultados do setor em 2021 - totalizando cerca de 100 bilhões de dólares em perdas atribuíveis em grande parte à pandemia - já que a recuperação do tráfego permanece muito aquém dos níveis pré-crise e as companhias aéreas cortam os preços para captar clientes.
Mesmo em mercados onde as taxas de infecção por Covid-19 caíram acentuadamente, as companhias aéreas ainda enfrentam uma série de restrições de viagens e a cautela do consumidor.
A Iata está pedindo aos governos que se abstenham de medidas de quarentena que impedem a maioria das viagens, argumentando que as medidas de segurança a bordo, incluindo máscaras faciais obrigatórias, são adequadas.
"Essas medidas devem dar aos governos a confiança para abrir fronteiras sem medidas de quarentena", disse De Juniac.