Economia

Setembro foi marcado por volatilidade maior, diz Tesouro

Neste mês, segundo coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, ocorreu venda menor de NTN-F, que é título mais demandado pelos investidores estrangeiros


	Dinheiro: alta da participação dos estrangeiros no estoque da dívida continua, diz coordenador
 (Marcos Santos/usp imagens)

Dinheiro: alta da participação dos estrangeiros no estoque da dívida continua, diz coordenador (Marcos Santos/usp imagens)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2014 às 17h03.

Brasília - O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, afirmou nesta quinta-feira, 25, que o mês de setembro foi marcado por volatilidade "um pouco maior" na taxa de retorno dos títulos.

Neste mês, segundo ele, ocorreu uma venda menor de NTN-F, que é o título mais demandado pelos investidores estrangeiros.

Garrido afirmou que o mercado entende que alguns investidores estrangeiros optaram por realizar o lucro, ou seja, vender títulos mais longos.

"Agora, com subida das taxas, já foi verificada onda de retorno para títulos mais longos", disse.

"Em setembro, não temos relato de movimentos expressivos (de estrangeiros) nem de saída nem de entrada".

Garrido exemplificou que a LTN 2018 foi vendida a uma taxa de 11,92% ao ano no leilão de 1º de agosto. No leilão realizado nesta quinta, essa taxa já foi de 12,04% ao ano.

Ao apresentar os dados de participação dos estrangeiros na Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi), Garrido afirmou que há continuidade do crescimento da participação dos estrangeiros no estoque da dívida.

"Acreditamos que vamos continuar observando crescimento gradual da participação dos não residentes na dívida pública", disse.

Os estrangeiros aumentaram a aquisição de títulos do Tesouro Nacional em agosto. A participação dos investidores estrangeiros no estoque da DPMFi subiu de 18,52% em julho para 18,80% em agosto, somando R$ 390,16 bilhões, segundo os dados divulgados pelo Tesouro Nacional. Em julho, o estoque estava em R$ 385,67 bilhões.

PAF

Ainda de acordo com Garrido, o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) está "na banda inferior do PAF".

O estoque, que ficou em R$ 2,169 trilhões, está abaixo da banda do Plano Anual de Financiamento (PAF), que vai de R$ 2,170 trilhões até R$ 2,320 trilhões.

"A expectativa é que todos os indicadores do PAF sejam cumpridos até dezembro", disse.

Em relação às metas para a composição do estoque, Garrido afirmou que todas estão muito próximas das bandas previstas para o fim do ano e reforçou que as projeções serão cumpridas em dezembro.

A parcela de títulos atrelados à Selic na DPF foi a única categoria que ficou fora das bandas do PAF em agosto, com participação de 20,21%. A meta é que esses papeis encerrem o ano entre 14% e 19%.

A participação de títulos prefixados subiu de 39,03% em julho para 40,74% em agosto, dentro da banda do PAF, que vai de 40% até 44%.

Os títulos remunerados pela inflação caíram para 34,81% do estoque da DPF em agosto, ante 37,01% em julho.

O resultado fez com que a categoria voltasse para a banda do PAF, que vai de 33% a 37%.

Os papéis cambiais elevaram a participação na DPF de 4,10% em julho para 4,24% em agosto.

Título global 2045

O Tesouro Nacional informou ainda que, em agosto, a emissão de título global 2045 teve impacto no programa de recompras.

Entre julho e agosto, foram recomprados, em valor de face, R$ 3,74 bilhões em títulos da Dívida Pública Externa.

Com esse programa de recompras e a troca de títulos com taxas maiores por papéis com taxas menores, diminuiu o fluxo de pagamento de juros da Dívida Pública Mobiliária Federal externa até 2041.

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