Negócios: ambiente econômico cada vez mais desafiador levou o número de novos negócios a cair pela taxa mais forte desde abril de 2009 (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2015 às 10h29.
São Paulo - A atividade de serviços do Brasil voltou a encolher em março e pelo ritmo mais rápido em quase seis anos devido à queda do volume de novos negócios diante da deterioração das condições econômicas do país, mostrou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira.
O PMI apurado pelo Markit caiu para 47,9 em março ante 52,3 em fevereiro, atingindo recorde de baixa de 70 meses e voltando a ficar abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração, território em que permaneceu no final do ano passado e em janeiro.
Ao lado do PMI da indústria, que mostrou que o ritmo de contração do setor acelerou com força em março levando a produção a cair no ritmo mais rápido desde setembro de 2011, o PMI Composto brasileiro caiu a 47,0 no mês passado, menor nível desde abril de 2009, contra 51,3 em fevereiro.
"A recuperação na economia do setor privado do Brasil vista em fevereiro foi de vida curta... Um ambiente de demanda letárgica foi culpada por mais uma queda de novos negócios, enquanto as empresas responderam por cortes de empregos", destacou a economista do Markit Pollyanna De Lima.
Entre os seis subsetores monitorados na atividade de serviços, os de maior fraqueza apontados pelo Markit foram os de Intermediação Financeira e de Aluguéis e Atividades de Negócios.
As empresas citaram um ambiente econômico cada vez mais desafiador, o que levou o número de novos negócios a cair pela taxa mais forte desde abril de 2009.
Isso provocou cortes de funcionários pela primeira vez após três meses, como uma tentativa dos empregadores de cortar custos.
Em relação aos preços de insumos, estes cresceram ainda mais em março, pela segunda taxa mais forte em mais de seis anos, com os entrevistados citando que os custos de infraestrutura e combustíveis ficaram mais caros.
Também foi citada a depreciação do real e a elevação das taxas de juros.
Entre os seis subsetores monitorados, os aumentos mais fortes de custos foram registrados em Hotéis e Restaurantes e em Transportes e Armazenamento.
Em meio a esse cenário, o Índice de Expectativas de Negócios atingiu a segunda leitura mais fraca na história das séries, uma vez que para as empresas o crescimento da produção durante o próximo ano pode ser pressionado pelos aumentos acentuados de preços, pressões competitivas e condições econômicas internas difíceis.