Economia

Serra afirmou para Tombini estar com saudades do xerife FMI

Segundo Serra, a saudade do FMI se deve ao fato de que agora o país tem novos xerifes: as agências de classificação de risco


	Serra: "quem diria que teríamos saudades do antigo xerife, com as agências de rating agora", disse
 (Tiago Queiroz/AE)

Serra: "quem diria que teríamos saudades do antigo xerife, com as agências de rating agora", disse (Tiago Queiroz/AE)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2015 às 14h25.

São Paulo - O senador José Serra (PSDB-SP) afirmou nesta sexta-feira, 8, durante evento sobre política fiscal no Insper, que está com saudades do antigo "xerife" Fundo Monetário Internacional (FMI).

O político contou que disse isso ao presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante um voo recente dos EUA para o Brasil.

Segundo Serra, a saudade do FMI se deve ao fato de que agora o País tem novos xerifes: as agências de classificação de risco. "O FMI é um organismo multilateral, com economistas de muita categoria. Já as agências são de segunda categoria e pró-cíclicas, ou seja, se um país vai mal, elas colaboram para piorar as expectativas. O Brasil se tornou prisioneiro disso, por causa das circunstâncias econômicas", comentou Serra.

"Quem diria que teríamos saudades do antigo xerife, com as agências de rating agora, algumas delas com duvidosa seriedade econômica".

O senador fez o comentário ao falar que o governo adiou a implementação da mudança no indexador de dívidas de Estados e municípios para impressionar as agências de rating. Para ele, isso era desnecessário, pois a mudança no indexador era positiva.

O oposicionista também comentou que o governo do PT conseguiu o "milagre" de voltar à situação de déficit em conta corrente. "Isso cria uma situação de fragilidade, e foi feito para consumo, não investimento".

Gastança

O senador do PSDB afirmou que o ajuste fiscal do governo não está sendo baseado sobre redução de despesas correntes, mas em boa medida sobre investimentos.

"O ministro Levy disse que estão cortando a gastança. Cortando coisa nenhuma, uma ova", comentou.

"Estão cortando sim investimentos, que não são significativos do ponto de vista do agregado, devem ser 6% a 7% dos gastos orçamentários da união", disse.

Contudo, ele destacou que do total de investimentos a redução recente foi de 32%, no primeiro trimestre deste ano ante o mesmo período de 2014.

"Nunca vi uma rejeição tão grande ao governo quanto hoje em dia. O ajuste tem efeitos de desajustes (na economia) no curto prazo, como o aumento da inflação", comentou Serra. Ele se referia ao aumento de impostos e tarifas, como de energia elétrica.

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