Economia

Senado dos EUA confirma Yellen como primeira mulher no comando do Tesouro

Placar de votação no Senado foi de 84-15 para confirmar Yellen, com toda a oposição vindo dos republicanos

Janet Yellen: confirmação de Yellen menos de uma semana depois que Biden assumiu o cargo é rápida para os padrões recentes (Leah Millis/Foto de arquivo/Reuters)

Janet Yellen: confirmação de Yellen menos de uma semana depois que Biden assumiu o cargo é rápida para os padrões recentes (Leah Millis/Foto de arquivo/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de janeiro de 2021 às 21h34.

Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 22h05.

Janet Yellen obteve uma esmagadora confirmação do Senado como a primeira mulher secretária do Tesouro dos EUA nesta segunda-feira, preparando-a para trabalhar com o Congresso em novos estímulos econômicos em razão do coronavírus, na revisão da política de sanções dos EUA e fortalecimento da regulamentação financeira.

O placar de votação no Senado foi de 84-15 para confirmar Yellen, com toda a oposição vindo dos republicanos, vários dos quais expressaram preocupação com a proposta de ajuda de 1,9 trilhão de dólares para alívio aos efeitos do coronavírus do presidente Joe Biden, bem como seus planos para impostos e gastos.

O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, disse que Yellen fez história pela segunda vez, sete anos depois de se tornar a primeira mulher a presidir o Federal Reserve.

"No Departamento do Tesouro, há longos corredores onde estão pendurados retratos de todos os 77 secretários do Tesouro - todos homens, desde Alexander Hamilton", escreveu Schumer no Twitter. "Estou emocionado em votar em Janet Yellen hoje e adicionar o primeiro retrato de uma mulher naquele corredor."

Yellen desempenhará um papel fundamental no trabalho com o Congresso nos planos de estímulo ao coronavírus de Biden e em suas promessas de investir 2 trilhões de dólares em infraestrutura, projetos de energia verde, educação e pesquisa para aumentar a competitividade norte-americana.

O Tesouro supervisionará os planos de Biden para ajudar a financiar essas iniciativas, aumentando a alíquota de imposto corporativo de 21% para 28% e aumentando os impostos sobre aqueles que ganham mais de 400.000 dólares por ano.

Os republicanos expressaram preocupação sobre o preço das medidas e o aumento da dívida em um retorno ao conservadorismo fiscal, após acumular déficits durante o mandato de Trump com os cortes de impostos de 2017 e quase 5 trilhões em gastos com o coronavírus.

Yellen disse aos senadores em sua audiência de confirmação na semana passada que eles precisavam aumentar o salário mínimo e pediu para "agirem grande" no próximo pacote de alívio ao coronavírus, acrescentando que os benefícios superam os custos de uma dívida maior.

A confirmação de Yellen menos de uma semana depois que Biden assumiu o cargo é rápida para os padrões recentes. Seu predecessor republicano, Steven Mnuchin, não foi confirmado até três semanas após a posse de Trump em 2017 em uma votação partidária.

O Tesouro anunciou nesta segunda-feira mais membros da equipe de Yellen, trazendo de volta alguns veteranos do governo Obama que serviram na agência.

O Tesouro nomeou Natalie Wyeth Earnest como conselheira da secretária de comunicações estratégicas. Earnest serviu como secretária-assistente para Assuntos Públicos do Tesouro sob o ex-secretário Jack Lew e em várias funções de comunicação sob o ex-secretário Tim Geithner.

Mark Mazur, diretor do Urban-Brookings Tax Policy Center e ex-secretário assistente do Tesouro para política tributária, foi nomeado subsecretário adjunto para política tributária do Escritório de Assuntos Legislativos do Tesouro.

O Tesouro nomeou Aruna Kalyanam, mais recentemente assessora tributária adjunto do Comitê de Caminhos e Meios da Câmara, como subsecretária adjunto para impostos e orçamento no Escritório de Assuntos Legislativos.

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