Economia

Senado deve votar projeto de compensação da folha de pagamento nesta quinta-feira

Jaques Wagner, líder do governo no Senado, incluiu no relatório a proposta de elevação da tributação dos JCP

Jaques Wagner é relator da proposta que prorroga a desoneração e estabelece reoneração gradual da folha ( Alessandro Dantas/Flickr)

Jaques Wagner é relator da proposta que prorroga a desoneração e estabelece reoneração gradual da folha ( Alessandro Dantas/Flickr)

Publicado em 15 de agosto de 2024 às 06h47.

Última atualização em 15 de agosto de 2024 às 09h40.

Tudo sobreDesoneração da folha de pagamentos
Saiba mais

A votação do projeto que compensa a desoneração da folha de pagamentos deve acontecer na manhã desta quinta-feira, 15. Além da compensação, o texto cria um regime de transição gradual até a total retirada do benefício tributário de setores da economia e de alguns municípios e também propõe a tributação dos Juros Sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 20% como forma de compensar parte da renúncia fiscal.

De acordo com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), a sugestão do JCP foi feita pela equipe econômica. Na ocasição, ele reconheceu que a medida, no entanto, pode gerar insatisfação entre os senadores.

Entidades empresariais e sindicatos argumentam que a desoneração é importante para a geração e manutenção de emprego e renda, já que atinge setores que empregam mais de 9 milhões de pessoas. O modelo atual permite que empresas substituam a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota sobre a receita bruta do empreendimento, que varia de 1% a 4,5%.

O relatório foi divulgado na quarta-feira e a votação estava inicialmente pautada para o mesmo dia, mas foi adiada. Wagner propôs oito medidas de compensação como forma de repor a perda de R$ 25 bilhões aos cofres públicos este ano com a prorrogação da desoneração a 17 setores da economia e municípios.

Wagner apresentou um substitutivo ao texto original, que atende a acordo firmado entre o Poder Executivo e o Congresso Nacional sobre lei que prorrogou a desoneração até o final de 2027. O projeto contém, ainda, uma série de medidas de compensação para a desoneração da folha.

Detalhes do projeto de Jaques Wagner

De acordo com o projeto apresentado, a reoneração gradual da folha de pagamento terá duração de três anos, de 2025 a 2027.

O texto mantém a desoneração integral em 2024, estabelecendo a retomada gradual da tributação a partir de 2025, com alíquota de 5% sobre a folha de pagamento. Em 2026, serão cobrados 10% e, em 2027, 20%.

Durante toda a transição, a folha de pagamento do 13º salário continuará integralmente desonerada.

Entre as soluções temporárias propostas estão a captura de depósitos esquecidos em contas judiciais por mais de cinco anos; a abertura de um novo prazo de repatriação de recursos no exterior com taxas menores; a possibilidade de regularização na declaração de IR, com desconto na cobrança, e um programa de descontos para empresas que tenham multas vencidas em agências reguladoras.

Acompanhe tudo sobre:Desoneração da folha de pagamentos

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor