Paulo Guedes: ministro disse que o Senado deu "um péssimo sinal" e classificou a decisão como "um crime contra o País (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de agosto de 2020 às 10h11.
Última atualização em 21 de agosto de 2020 às 10h13.
Em reação ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o Senado chamará o chefe da pasta para dar explicações sobre declarações dele após os senadores terem votado para derrubar o veto presidencial ao reajuste salarial de servidores públicos até 2021.
Na quarta-feira, 19, Guedes criticou a decisão do Senado de derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro. Ele disse que o Senado deu "um péssimo sinal" e classificou a decisão como "um crime contra o País". O veto acabou sendo mantido na Câmara.
A cobrança por esclarecimentos foi negociada por senadores em uma reunião remota nesta quinta-feira, 20, uma espécie de sessão informal realizada antes das deliberações. A articulação foi costurada enquanto a Câmara votava para manter o veto.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), apresentou um requerimento de autoria própria para chamar Guedes a dar explicações. Senadores também discutiram a possibilidade de uma nota de repúdio ao ministro, o que foi descartado. O requerimento deverá ser votado na próxima terça-feira, 25.
"O Senado cometeu um crime, segundo ele. Qual é o crime? Foi uma linguagem retórica? Queremos fazer uma coisa civilizada. Em vez de trocar insulto, daremos a ele a oportunidade de se explicar", disse o senador Esperidião Amin (PP-SC), que apresentou um pedido de convocação do ministro.
Senadores fecharam um acordo para fazer um convite a Guedes, ao qual ele não é obrigado a aceitar. Se houver a recusa, será feita uma convocação, o que aumentaria a tensão entre o Senado e Guedes.
De acordo com Amin, até senadores que votaram a favor do veto ao reajuste manifestaram indignação pela fala de Guedes. "O Senado votou tudo que o governo quis até agora. A explicação do ministro pode melhorar ou não. Tenho a expectativa que melhore", afirmou Amin.