EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2014 às 14h24.
Rio de Janeiro - O primeiro semestre será um dos piores da história para a indústria brasileira, afirmou, nesta sexta-feira, o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria (MDIC), Alessandro Teixeira. "Falar em competitividade no cenário atual é difícil não só para o Brasil, mas para todos os países industrializados", disse Teixeira, citando a desaceleração do comércio exterior da China como uma preocupação geral. Teixeira participa do seminário Política Industrial no Século 21, no BNDES, no Rio de Janeiro.
Indagado sobre o efeito da recente disparada do dólar sobre o setor industrial, Teixeira disse que ela beneficiará vários segmentos, mas para aqueles que dependem da importação de insumos haverá certamente algum comprometimento da cadeia.
"Não existe câmbio de equilíbrio. Quem disser que há um câmbio de equilíbrio está mentindo", afirmou. "O câmbio bom depende do segmento". Para o secretário, a questão crucial para a indústria é a redução da volatilidade cambial, que permite ao setor privado se planejar para investir.
O executivo do MDIC citou setores que vinham sofrendo concorrência desleal de produtos importados, como calçados, confecções e cerâmica, como os que já têm sentido impactos positivos do dólar mais valorizado e melhorado sua competitividade.
Apesar do cenário global confuso e dos pífios resultados da indústria nacional, Teixeira diz que se mantém otimista em relação à evolução das exportações e da indústria. "Continuo afirmando que este deve ser um dos piores semestres que a indústria deverá ter com certeza. Mas, ainda assim, mesmo sendo um semestre difícil, porque é difícil para a indústria mundial, para a indústria brasileira, eu tenho sido muito otimista com os resultados que temos apresentado, no crescimento da indústria internamente, no crescimento das exportações".
Até o primeiro quadrimestre, as exportações nacionais cresceram 4,5%, o que seria um indicativo frente à projeção do MDIC de alta de 3,1% das vendas externas em 2012. A estimativa, entretanto, é muito inferior ao crescimento de 26% conseguido pelas exportações em 2012.
O cenário global explica a distância entre as previsões para os dois anos acredita Teixeira. "A grande diferença este ano é o problema da desaceleração da economia internacional".