Luis Carlos Hauly: "Se for aprovada a reforma, em vez de crescer 1,8%, vai crescer 3,6%" (Will Shutter/Agência Câmara)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de setembro de 2019 às 19h20.
Última atualização em 30 de setembro de 2019 às 19h37.
São Paulo — O ex-deputado federal, autor da proposta de reforma tributária que tramita no Senado, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), disse que, se a reforma tributária não for aprovada, o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá apenas 1% e não o 1,8% previsto pelo Banco Central para 2020.
"Previsão do Banco Central para o crescimento no ano que vem é de 1,8%. O próprio presidente (Roberto Campos Neto) anunciou isso na semana passada assim como a previsão do PIB de 2019 era de 3%. Vai dar menos de 1%", disse Hauly.
Ele disse que sua previsão está embasada na experiência de vida pública há 47 anos, 32 anos como secretário da Fazenda e deputado federal (por 28 dos 32 anos).
"Afirmo categoricamente que se não for aprovada a reforma tributária este ano o crescimento do ano que vem não passa de 1%. E se for aprovada a reforma, em vez de crescer 1,8%, vai crescer 3,6%. Vai ser o dobro. Expectativa. O empresariado brasileiro e do mundo inteiro está esperando a reforma tributária brasileira na linha que nós estamos propondo, que é a criação de um IVA (Imposto sobre Valor Agregado), do imposto de renda e imposto patrimonial", disse Hauly.
Para ele, a sua proposta é a reprodução do modelo clássico internacional "sem reinventar a roda". Para ele, o PIB crescerá 3,6% só pelas expectativas "porque no ano que vem ficaremos o ano todo fazendo as leis complementares já iniciando o teste de modelo de cobrança do IVA que terá uma alíquota modal de 1% para o modelo eletrônico de cobrança", disse.
"Vai ser tudo pelo fluxo financeiro das empresas. Não será mais pelo ato declaratório nem pela circulação de mercadorias, de bens e serviços. Reforma tributária é a mãe das reformas", explicou em entrevista após ter participado do 5º Congresso Brasileiro da Indústria de máquinas e equipamentos.
Hauly disse que é possível se fazer uma fusão da proposta dele com a do economista Bernard Appy, que está na Câmara desde que as partes se entendam. "É possível sim desde que homens e mulheres de boa vontade se sentem, conversem e façam um entendimento. A minha PEC está à disposição da Câmara e pronta. É só fazer os ajustes no Plenário ou no Senado, onde o senador Roberto Rocha é o relator e está aberto ao entendimento do governo, da sociedade brasileira e da Câmara e do Senado.