Copom: trajetória de queda da Selic começou em setembro de 2015, quando o índice cravava 14,25% (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 06h41.
Última atualização em 7 de fevereiro de 2018 às 10h42.
A taxa de juros do país deve ter um novo patamar mínimo recorde a partir desta quarta-feira. Termina hoje a reunião do Comitê de Política Monetária que deve reduzir a Selic de 7% para 6,75%.
O Banco Central já sinalizou, por meio de documentos e declarações, que um dos maiores ciclos de flexibilização monetária da história do Brasil está perto de fim, mas ainda há dúvidas de quando este fim se dará.
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Para parte do mercado ainda há espaço para mais uma redução de 0,25 ponto na próxima reunião. Isso aconteceria devido à grande ociosidade deixada pela crise, que deve fazer o país crescer sem grandes pressões inflacionárias do lado da demanda.
Seria também uma forma de evitar constrangimentos como o de 2017, quando o Banco Central precisou explicar por carta porque não atingiu a meta de inflação prevista pelo governo. O índice fechou o ano em 2,95%, cinco centésimos abaixo do piso da meta.
De qualquer forma, se a Selic ficará em 6,50% ou 6,75% pouca diferença faz para um mercado que se acostumou a ver os juros na casa dos dois dígitos ao longo dos últimos quatro anos.
A trajetória de queda da Selic começou em setembro de 2015, quando o índice cravava 14,25%.
A inflação, porém, batia quase 10% na época, deixando os juros reais muito parecidos com os atuais.
Na ata da reunião do Copom desta quarta-feira, economistas esperam entender as expectativas do banco para a economia nos próximos meses, assim como o impacto do atraso na aprovação da reforma da Previdência nos resultados fiscais do país.
Reformas como a da Previdência são essenciais para os juros do país caiam abaixo dos 7% e se assemelhem a patamares de países desenvolvidos.
Esse cenário, no entanto, parece cada vez mais distante. Além disso, o fim da ociosidade na indústria a partir de 2019 deve fazer com que o crescimento aumento a pressão inflacionária.
A única certeza, no momento, é que o cenário de Selic baixa e inflação sob controle só é garantia em 2018.