Economia

Secretários de Habitação pedem ao governo prioridade a baixa renda

Brasília - Secretários estaduais e municipais de Habitação e Desenvolvimento Urbano e representantes de Companhias de Habitação Popular (Cohabs) de várias unidades da Federação estão concluindo um documento que será entregue ao governo federal e aos candidatos à Presidência da República, contendo sugestões para o programa Minha Casa, Minha Vida. Entre os objetivos da Agenda […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Secretários estaduais e municipais de Habitação e Desenvolvimento Urbano e representantes de Companhias de Habitação Popular (Cohabs) de várias unidades da Federação estão concluindo um documento que será entregue ao governo federal e aos candidatos à Presidência da República, contendo sugestões para o programa Minha Casa, Minha Vida. Entre os objetivos da Agenda Nacional de Habitação está a prioridade ao programa para as camadas de baixa renda da população.

A reunião faz parte das atividades desenvolvidas pelo Fórum Nacional de Secretários de Habitação e Desenvolvimento Urbano (FNSHDU) e pela Associação Brasileira de Cohabs e Agentes Públicos de Habitação (ABC).

Entre as reivindicações que serão apresentadas está o aumento do teto de investimentos da Caixa. Os agentes públicos querem que o valor do subsídio seja elevado em 35% para as regiões metropolitanas, passando dos atuais R$ 52 mil para R$ 70 mil; e em 25% para cidades com população entre 50 mil e 100 mil habitantes, chegando a R$ 53 mil. Além disso pedem que a definição de um subsídio mínimo de R$ 20 mil para os municípios com até 50 mil moradores.

"Queremos também regras mais claras da Caixa para esses financiamentos. Da forma como está, a unidade de cada município interpreta a sua maneira", disse o presidente do FNSHDU, Lair Krähenbuhl.

A agenda defende também o atendimento a populações que moram em áreas de risco, a partir de medidas de prevenção a acidentes. Para tanto, sugere a criação de dois programas: o Programa Nacional de Erradicação das Áreas de Risco e o Programa Nacional de Monitoramento de Áreas Alagáveis. O primeiro visa a planejar a remoção de famílias que se encontrem em situação vulnerável. E o segundo busca gerenciar locais propensos a inundações e alagamentos.

"Não queremos definir valores. Queremos que exista um canal para que essas necessidades sejam atendidas e que a coisa seja feita o mais rápido possível, porque o período de chuvas já está chegando e esse tipo de obras [moradias] demora para ser concluída", disse Krähenbuhl.

A secretária Nacional de Habitação, Inês da Silva Magalhães, participou da reunião. Ela elogiou a iniciativa dos agentes públicos em organizar as propostas e classificou alguns pontos como integrantes de "uma agenda para a vida", em função das dificuldades de se implantar imediatamente as sugestões mais complexas.

"O governo tem qualificado as atuações do municípios, mas sem os estados isso é impossível. Até porque eles são parceiros fundamentais para implementar itens como a sistematização de informações sobre contratos", disse a secretária. "Defendemos que dados sejam partilhados, mas é necessário que os estados também se disponham a participar."

Inês Magalhães apontou também como dificuldade a falta de definição sobre a institucionalidade mais adequada para a implementação da política habitacional. "O que é a Cohab? Uma empresa? Esta é uma discussão a ser feita. Boa parte delas não funciona como empresa, mas dependente de repasses sistemáticos [dos governos municipais, estaduais e federal], apesar desse desenho institucional como empresa. Há uma racionalidade que se quebrou e não tenho convicção de que elas tenham a institucionalidade ideal para implementar uma política habitacional nos estados e municípios.".

Outros pontos mais polêmicos apresentados pela agenda são a renegociação de dívidas e a devolução do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCBS) - resíduos da época do Banco Nacional de Habitação (BNH) que, segundo integrantes do fórum, deveriam ser devolvidos pelo governo federal a estados e municípios.

Acompanhe tudo sobre:GovernoHabitação no BrasilLegislaçãoPrefeituras

Mais de Economia

Mesmo com alíquota de IVA reduzida, advogado pode pagar imposto maior após reforma; veja simulações

Subsídios na China fazem vendas de eletrônicos crescer até 400% no ano novo lunar

Conta de luz não deve ter taxa extra em 2025 se previsão de chuvas se confirmar, diz Aneel

Após receber notificação da AGU, TikTok remove vídeo falso de Haddad