Economia

Secretário de SP acha que Espanha tem vantagem para trem-bala

Mauro Arce citou como positivos os investimentos que o país já faz no Brasil, como a presença da empresa CAF

Trem de alta velocidade na estação ferroviária de Paris, na França (.)

Trem de alta velocidade na estação ferroviária de Paris, na França (.)

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2010 às 10h27.

Madri - A Espanha parte com uma "grande vantagem" na futura licitação sobre o projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) que unirá Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, afirmou hoje o secretário dos Transportes do estado de São Paulo, Mauro Arce.

"A Espanha tem uma vantagem grande, porque possui uma experiência enorme no Brasil", disse Arce, depois de discursar na Tribuna Ibero-Americana, um fórum organizado pela Casa de América de Madri e pela Agência Efe, que, desde 2006, convoca os atores políticos atuais mais importantes da região ibero-americana.

Em entrevista à Efe, o secretário dos Transportes ressaltou que na "fase de abertura econômica" vivida pelo Brasil, "a Espanha foi a primeira em investimentos".

"A Espanha sempre tem uma opção muito grande", reiterou Arce, que deu como "exemplo" o investimento na fabricante espanhola de trens Construções e Auxiliar de Ferrovias (CAF), empresa que "tem uma fábrica (no estado de São Paulo) que foi construída em muito pouco tempo e que já está produzindo".

Um porta-voz da CAF confirmou em março que a companhia planeja como objetivo estratégico a licitação do trem-bala entre Rio e São Paulo.

O secretário não deu detalhes sobre o assunto, já que o projeto "é iniciativa do Governo federal" e ele só segue sua evolução como "observador", apesar de o estado de São Paulo ter mantido algumas reuniões com autoridades federais.

No entanto, revelou que "há muitas empresas interessadas de países que têm o trem-bala, como Espanha, Itália, Coreia do Sul, Japão, França. Há um número muito grande de empresas com experiência" no campo da alta velocidade ferroviária.


O TAV entre Rio e São Paulo, o primeiro do tipo na América Latina, era considerado parte crucial da infraestrutura para facilitar o transporte durante a Copa do Mundo que o Brasil sediará em 2014.

No entanto, Arce considera "difícil" que o objetivo marcado pelo Governo brasileiro seja cumprido, já que se trata de um "projeto complexo" que acarreta, entre outras questões, "um processo de desapropriação de propriedades complicado".

Além disso, "não se trata só de um processo de construção do trem, mas também de transferência de tecnologia".

Por outro lado, o secretários dos Transportes considera "possível" que, "uma vez começado e definido o projeto", ele seja realidade para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Perguntado sobre quando será realizada a licitação do projeto do trem-bala, o secretário acredita que, por causa das eleições presidenciais no dia 3 de outubro no Brasil, essa data será determinada em 2011 e não "no final de ano", como pretende o Governo federal.

"O lançamento do TAV é algo muito importante. Eu acho que, seja quem for o vencedor (nas eleições), é um projeto que deve ter continuidade", disse.

Segundo ele, a ligação entre São Paulo e Rio será "a primeira linha" de alta velocidade do Brasil, mas "depois será construída uma rede (no país). É o início de um processo que terá ramificações no futuro".


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