Economia

Secretária do Tesouro adverte que default dos EUA produziria um caos em todo mundo

O governo do democrata Joe Biden adiantou que, se não houver acordo no Congresso, os Estados Unidos não poderão honrar suas obrigações a partir de 1º de junho

Yellen: o Tesouro vem tomando medidas extraordinárias para continuar financiando o governo (Thierry Monasse//Getty Images)

Yellen: o Tesouro vem tomando medidas extraordinárias para continuar financiando o governo (Thierry Monasse//Getty Images)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 7 de maio de 2023 às 17h56.

A secretária do Tesouro americana, Janet Yellen, alertou neste domingo, 7, que, a menos que o Congresso atue rapidamente para elevar o limite de endividamento do país, "um caos financeiro e econômico será produzido", com implicações em todo o mundo.

O governo do democrata Joe Biden adiantou que, se não houver acordo, os Estados Unidos não poderão honrar suas obrigações a partir de 1º de junho, o que, pela primeira vez na História, colocaria o país em situação de default.

"É simplesmente inaceitável que o Congresso ameace com uma calamidade econômica para os lares americanos e o sistema financeiro global como o custo de um aumento do teto da dívida", disse Janet no talk show "This Week", do canal ABC.

O teto da dívida pública dos Estados Unidos só pode ser elevado com a aprovação de uma legislação do Congresso promulgada pelo presidente.

A Câmara dos Representantes, liderada pelos republicanos, votou no fim de abril um aumento do limite de endividamento, mas apenas em troca de cortes drásticos para conter o que o partido considera um gasto excessivo. O texto, no entanto, não tem chance de ser aprovado no Senado, de maioria democrata.

Até agora, Biden se negou a negociar possíveis concessões sob a pressão de afastar o espectro de um default, lembrando que o teto da dívida já subiu dezenas de vezes, mesmo sob o mandato do ex-presidente republicano Donald Trump. No entanto, convidou os quatro líderes dos dois principais partidos do Congresso à Casa Branca para discutir o assunto.

"Sei que ele quer criar um processo onde prioridades e níveis de gastos sejam discutidos", disse Janet, "mas estas negociações não deveriam acontecer com uma arma apontada para a cabeça do povo americano".

A secretária esquivou-se de perguntas sobre a possibilidade de Biden autorizar unilateralmente mais empréstimos. "Não deveríamos chegar ao ponto de questionar se o presidente pode emitir dívida. Seria uma crise constitucional", declarou.

Primeiro default dos EUA?

O impasse levantou a possibilidade do primeiro default do país, com consequências sérias para os Estados Unidos e as economias globais. Segundo analistas, os mercados seriam abalados e as taxas de juros subiriam de forma duradoura, fazendo com que lares e empresas recuassem em seus gastos.

Assessores econômicos de Biden alertam que um default poderia levar à perda de 8 milhões de empregos e fazer o PIB despencar 6%.

Desde janeiro, quando os Estados Unidos atingiram seu limite de endividamento, de US$ 31,4 trilhões, o Tesouro vem tomando medidas extraordinárias para continuar financiando o governo. Mas, como advertiu Janet Yellen na semana passada, estas medidas irão se esgotar em breve.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)economia-internacionalJanet Yellen

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor