Máquinas realizam a colheita da soja em uma fazenda próxima de Tangará da Serra, no Mato Grosso (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2015 às 13h36.
São Paulo – A produção brasileira de soja ficará abaixo da projeção do governo devido aos danos causados pela seca nas regiões central e norte, segundo a SLC Agrícola.
Os prejuízos no Mato Grosso, principal estado produtor de soja, serão “significativos” nesta safra depois que a estiagem atingiu algumas áreas do cerrado, prejudicando o potencial da safra durante seus estágios de preenchimento das vagens, disse Aurélio Pavinato, CEO da SLC Agrícola.
Pavinato disse em entrevista que a produção na safra 2015-2016 será menor que a estimativa de 102,5 milhões de toneladas feita na semana passada pela Conab, e também menor que a previsão de 9 de dezembro do Departamento de Agricultura dos EUA, de 100 milhões de toneladas.
Pavinato disse por telefone de Porto Alegre, onde fica a sede da SLC, que definitivamente não atingirão as projeções. Segundo ele, do Mato Grosso ao Piauí, todo o cerrado está tendo problemas.
Safra recorde
O Brasil, mesmo assim, deverá ter uma safra recorde de soja -- como comparação, a produção da safra passada foi de 96,2 milhões de toneladas, segundo a Conab. Mas Pavinato disse que as próximas três semanas, fase de desenvolvimento mais crítica da safra, serão cruciais para determinar se algum dano pode ser revertido com mais chuvas.
Enquanto o El Niño trouxe precipitações em excesso aos estados do Sul, incluindo o Paraná, as regiões central e norte, que respondem por mais da metade da produção nacional, enfrentaram chuvas irregulares e abaixo da média. Alguns produtores das regiões secas estão abandonando a soja e plantarão milho no lugar.
A SLC opera cerca de 300.000 hectares em seis estados. A empresa plantou 211.400 hectares de soja, 1,3 por cento a mais que na temporada passada, e registrou apenas prejuízos menores até o momento, disse Pavinato.